Apesar de melhor resultado em cinco anos, uso de sementes certificadas de soja ainda é baixo no RS
Publicado em 05/05/2015 07:12
Na teoria, o reconhecimento é unânime: semente certificada tem alta tecnologia, é mais segura e ajuda a aumentar a produtividade. Na prática, entretanto, a adesão é baixa: na soja, que ocupou 60% da área plantada na safra de verão gaúcha, a taxa de uso foi de 42% — a menor entre os Estados produtores, apesar da maior quantidade vendida de sementes nos últimos 15 anos.
Mas por quê? Os principais fatores são clima e preço. As temperaturas amenas do Estado ajudam a manter a capacidade de germinação e vigor dos grãos para que o produtor os guarde para a próxima safra. E muitos fazem isso para economizar nos custos de produção, diz Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS):
— A qualidade da semente certificada é indiscutível, mas a questão financeira pesa. O produtor reserva o grão como garantia.
Presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Mudas e Sementes (Abrasem), Narciso Barison Neto pondera que, no caso da soja, a entrada dos transgênicos fez cair a taxa de certificação e estimulou a produção independente, criando um hábito que se enraizou e pode trazer muitos riscos para o agricultor:
— O RS é ideal para produzir sementes no país, mas, por mais vantajoso que pareça, é um tiro no pé.
O engenheiro agrônomo da Fundação Pró-Sementes Alexandre Levien aponta as diferenças:
— A certificada tem garantia de origem, maior qualidade, em função das pesquisas, e genética apurada, com foco em elevar a produtividade e a resistência a doenças. Estudos apontam que o uso de semente certificada é capaz de trazer ganhos de até 30% em rendimento.
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Fonte:
Zero Hora