Soja: Em Chicago, preços continuam movimento positivo nesta 5ª, mas altas são tímidas
Nesta manhã de quinta-feira (30), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago seguiam operando em campo positivo, dando continuidade às boas altas registradas na sessão anterior. Os ganhos, porém, era mais tímidos e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 2 e 4,50 pontos.
Dessa forma, os contratos maio e julho/15 já superavam os US$ 9,90 por bushel. Enquanto o agosto/15 valia US$ 9,84 e o setembro/15 era cotado a US$ 9,70.
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Na sessão desta quarta-feira (29), as principais posições da soja fecharam a sessão com altas de dois dígitos na Bolsa de Chicago e o mercado rompeu o patamar dos US$ 9,80 por bushel nos três primeiros vencimentos. Os contratos maio e julho/15 terminaram o dia valendo US$ 9,88 e o agosto/15, US$ 9,82.
Paralelamente, o dólar também registrou alguma valorização nesta quarta-feira - fechando com alta de 0,52% a R$ 2,9574 - e permitindo alguma recuperação das cotações da soja no Brasil, principalmente nos portos. Assim, a soja em Paranaguá embarque maio terminou os negócios subindo 1,53% para R$ 66,50 por saca, enquanto em Rio Grande, alta e 1,34% para R$ 68,00 por saca. Ainda no terminal gaúcho, o indicativo de preço para a soja com entrega em maio do ano que vem ficou em R$ 72,00, subindo 1,41%.
No interior do país, altas também foram registradas, porém, ainda tímidas e insuficientes para atraírem os produtores, novamente, à ponta vendedora do mercado. Nas principais praças de comercialização, os ganhos variaram de 0,88% a 2,73%, com destaque para as praças de comercialização do Sul do Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas.
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Para o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, o mercado, depois dos últimos movimentos, indica que tem mais potencial para levar as cotações a se aproximarem mais dos US$ 10,00 por bushel novamente do que levá-las para perto dos US$ 9,00. "E isso já era uma preocupação dos produtores, já que a linha dos US$ 9,00 poderia comprometer a rentabilidade da soja em grande parte das principais regiões produtoras brasileiras", explica.
Cogo explica ainda que o dólar mais desvalorizado ainda é o mais forte fator de pressão sobre os preços, os quais têm, no entanto, encontrando um fôlego na "revalorização de Chicago, que voltou a acontecer nos últimos dias, e nos prêmios, que ainda estão positivos". Entretanto, uma coisa ainda não compensou a outra. "A queda de preços no Brasil tem também outros motivos e foi mais acentuada do que a combinação de altas em Chicago e prêmios", completa.
Bolsa de Chicago
Para alguns analistas internacionais, além de uma recuperação técnica do mercado depois de baixas consecutivas e do ainda presente movimento de cobertura de posições por parte dos fundos de investimentos, as novidades vindas do quadro da demanda - com os dois anúncios de vendas feitas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da semana - também incentivam essa alta das cotações.
"A demanda continua firme, levando a crer que em alguma hora o USDA vai ter que aumentar seu número das exportações e reduzir as estimativas dos estoques finais norte-americanos", explica o consultor de mercado Steve Cachia, da Cerealpar. E, ao mesmo tempo, os vendedores seguem retraídos, tanto na América do Sul quanto nos Estados Unidos, e isso contribui para essa firmeza. "A comercialização está em uma fase mais devagar agora, mas dentro da realidade do mercado, nada de anormal", completa o consultor.
Paralelamente, sobre a nova safra norte-americana não há muitas novidades. Porém, ainda segundo Cachia, a melhora das condições climáticas nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos tranquiliza um pouco o mercado, ao passo que sinaliza que não deverá haver uma transferência de área de milho para a soja por conta do tempo de plantio ainda restante como vinha sendo especulado há algumas semanas.
Além disso, outro fator que estimulou as altas da soja em Chicago foi o dólar mais baixo no mercado internacional frente às principais moedas. "Com isso, a soja fica barata em dólar para os compradores, inclusive a China. Isso não vinha acontecendo e por isso se desviava compras para a América do Sul, assim o mercado norte-americano voltou a ser atrativo", explica Carlos Cogo.
A retenção de soja no Brasil e na Argentina, com o produtor aguardando novos bons momentos para comercializar, também acaba atuando como fator de suporte para o mercado da soja, ainda de acordo com Cogo. "Até a terceira semana de abril, o Brasil havia exportado 13,1 milhões de toneladas de soja em grão, contra 17,3 milhões no mesmo período da temporada anterior, uma queda de 25% nas vendas. E isso decorre da insegurança, da incerteza em vender por parte do produtor de negociar nesses últimos meses - entre março e abril - em decorrência da volatilidade do câmbio", diz.
Veja como fecharam as cotações nesta quarta-feira e confira a íntegra da entrevista de Carlos Cogo: