Soja fecha em alta na CBOT nesta 2ª e marca quinto pregão positivo consecutivo

Publicado em 20/04/2015 17:02

Nesta segunda-feira (20), o mercado da soja registrou uma sessão de bons ganhos e fechou em campo positivo na Bolsa de Chicago, com ganhos de 6 a 8,75 pontos entre os principais vencimentos. A posição maio/15 encerrou o dia com US$ 9,77 por bushel, depois de, na máxima da sessão, superar os US$ 9,80 e alcançar US$ 9,81/bushel. Já o julho/15 chegou a US$ 9,83. 

O mercado trabalhou com uma junção de fatores que motivaram os ganhos neste pregão, que foi o quinto consecutivo de alta na CBOT. No entanto, segundo explicou o analista de mercado Glauco Monte, da FCStone, o momento é de notícias pontuais nortearem o mercado no curto prazo, o que deve fazer com que os preços sigam trabalhando sem variações muito mais expressivas. "Temos um mercado trabalhando de forma mais cadenciada", diz.

No Brasil, os preços da soja para esta safra registraram mais um dia de estabilidade e fecharam os negócios com pouquíssima movimentação nos portos, apesar das boas altas registradas em Chicago. O dólar fechou com ligeira queda frente ao real e o patamar mais baixo da moeda norte-americana ainda limita o avanço das cotações no mercado doméstico. 

Em Paranaguá, o preço da soja para maio/15 fechou o dia em R$ 68,00 por saca, com alta de 1,49%. Já em Rio Grande, manutenção em R$ 68,50 no produto disponível, bem como em R$ 69,00 no porto de Santos. O destaque, entretanto, ficou sobre a soja com entrega em maio/2016 com seu primeiro indicativo de preço em surpreendentes R$ 73,00 por saca. 

No interior do país, as cotações também subiram e registraram ganhos de 0,86 a 0,93% nas principais praças de comercialização. Em Não-Me-Toque/RS, por exemplo, a saca da oleaginosa já é cotada a R$ 58,50; em Tangará da Serra/MT, valorização de 0,91% para R$ 55,50. 

Bolsa de Chicago

Historicamente, o mercado passa novamente pelo período de especulação climática com o início da nova safra dos Estados Unidos e esse deve ser o foco dos investidores de forma mais direcionada daqui para adiante, ainda de acordo com os analistas. 

O plantio do milho já foi iniciado em algumas áreas mais ou sul e oeste do país e os trabalhos de campo com a soja devem ser iniciados nos próximos dias. Até o momento, as condições climáticas não têm mostrado, para ambas as culturas, qualquer cenário de extrema preocupação, porém, para esta semana as previsões já começam a sinalizar uma onda de frio para o Meio-Oeste americano, principal região produtora de grãos do país e, caso seja confirmada, poderia trazer certo atraso aos trabalhos de campo.

"O mercado tenta trabalhar antecipando essas notícias, porém, o impacto efetivo deverá ser registrado mais para frente. Ainda é muito cedo", explica Monte. 

Leia mais:

>>  EUA: Onda de frio pode chegar ao Meio-Oeste e atrasar plantio de milho da safra 2015/16

Além de seus fundamentos, o mercado internacional da soja foi favorecido ainda por notícias vindas da economia chinesa neste início de semana. No último domingo (19), o banco central da China anunciou a medida de reduzir o volume de reservas que os bancos precisam reter como reservas, aumentando seu poder de empréstimo e trazendo, dessa forma, medidas que possam trazer mais liquidez ao mercado e impulsionar o crescimento do país, que deve ser menor do que as estimativas, apesar de alcançar surpreendentes 7% neste ano de 2015. 

"A soja avançou em alta em resposta à redução do compulsório na China. Com os chineses importando cerca de 60% da soja negociada em todo o mundo, a notícia do aumento da liquidez tem um impacto positivo bastante importante sobre os preços em Chicago", diz o analista de mercado do site internacional AgWeb, Kevin McNew. 

Paralelamente, há ainda as margens de esmagamento bastante positivas no país, segundo explicam analistas, e os embarques da soja em grão para a nação asiática seguem em ritmo acelerado, e as projeções para as compras em junho e julho são de 8 milhões de toneladas por mês. 

A resistência para os preços, portanto, acaba sendo, agora de US$ 9,80 por bushel, como explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. "Ao chegar nos US$ 9,50, o mercado ficou muito favorável para os fundos entrarem comprando, e se o mercado romper os US$ 9,80, se abre a possibilidade de mais compras e o mercado ganhar um melhor ímpeto de altas", diz. "O petróleo está em alta novamente e isso também ajuda", completa. 

Veja como fecharam as cotações completas nesta segunda-feira:

>> MERCADO DA SOJA

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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