Com realização de lucros e clima favorável nos EUA, soja fecha o dia em campo misto
A soja fechou a sessão desta quarta-feira (17) em terreno misto, com oscilações pouco expressivas e o mercado tentando se manter próximo da estabilidade. Apenas o primeiro vencimento, agosto/13, fechou o dia com leve alta de 2,25 pontos e os demais com baixas entre 2,50 e 6,25 pontos.
Nesta quarta, o mercado caminhou de lado frente ao quadro de fundamentos já conhecido no curto prazo e ainda sobre a incerteza climática nos Estados Unidos. Porém, os preços passaram ainda por um movimento de realização de lucros depois do significativo avanço da última sessão.
"O mercado hoje (quarta) estava sem força. Aqueles que estão com suas posições compradas não sabiam se realizam lucros ou não, porém, amanhã o mercado já deve andar com a divulgação das exportações semanais pelo USDA", disse Mauricio Correa, analista de mercado do SIMConsult.
No curto prazo, as cotações encontram suporte nos estoques historicamente baixos nos Estados Unidos e na demanda muito aquecida pelo produto norte-americano. A demanda não parte somente dos importadores, mas também segue muito ativa entre as esmagadoras locais que seguem em busca de matéria-prima para cumprirem seus contratos.
Já para os vencimentos mais distante, referentes à safra nova, o que os investidores e participantes do mercado observa são as incertezas climáticas em importantes regiões produtoras dos Estados Unidos.
Após as últimas previsões indicarem dias mais quentes e secos, os novos já apontam para um clima mais úmido e com temperaturas mais baixas, ou seja, mais favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.
Além disso, um fator que limitou a baixa dos preços nesta sessão, depois dessas novas previsões climáticas, foi o anúncio da venda de 165 mil toneladas de soja para a China, com entrega prevista para a temporada 2013/14. O anúncio foi feito pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Segundo explicou Glauco Monte, analista de mercado da FCStone, para que se concretizem as exportações da nação asiática para o novo ano comercial em 69 milhões de toneladas suas compras devem ser frequentes. “Os atuais patamares de preços são interessantes e os compradores chineses avançam com as compras. Mesmo com indicação de que os preços podem ficar mais baixos no segundo semestre. Temos que lembrar que se o clima correr bem a tendência é que haja uma pressão nas cotações, já que a produção dos EUA de soja e milho não é pequena”, explica.
A previsão de uma clima melhor para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos também pressionou os preços do milho nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago. As baixas registradas neste pregão ficaram entre 6,75 e 9 pontos, sendo mais intensas nos vencimentos mais distantes.
O mesmo fator pesou sobre o mercado do trigo, que ao longo de todo o dia trabalhou com pequenos ganhos, porém, no final, reverteu o movimento e fechou o dia do lado negativo da tabela. O avanço da colheita do trigo de primavera contribuiu para o recuo das cotações, bem como a baixa da soja e do milho.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quarta-feira: