União pede expulsão de índios que ocupam prédio púbico em Roraima, mas silencia sobre áreas privadas invadidas no MS
A Advocacia Geral da União em Roraima (AGU) entrou nesta quarta-feira (21) com ação na Justiça Federal solicitando a reintegração de posse do prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), de Boa Vista, capital de Roraima. O objetivo do pedido é retirar os 50 índios Yanomami que ocupam o prédio da Sesai desde a segunda-feira (19) e pedem a exoneração da Coordenadora, Maria de Jesus do Nascimento.
O indígena Anselmo Yanomami, um dos líderes do movimento, afirmou que está acompanhando o andamento da ação, mas reiterou que "a manifestação na Secretaria ocorre em prol de todos os indígenas que sofrem com a precariedade da Saúde na Terra Indígena Yanomami [TIY]".
Conforme o procurador-chefe da AGU de Roraima, Francisco Vilerbaldo Albuquerque, a ação de reintegração de posse foi ajuizada com pedido de liminar. Ele alegou que a ocupação do prédio é ilegal. "Qualquer invasão de prédio público é ilegal. Por isso, tivemos de buscar as vias judiciais para resolver a situação", disse Albuquerque.
Cerca de 50 indígenas da etnia Yanomami invadiram na manhã da segunda-feira (19) o prédio da Sesai. Armados com arcos, flechas e pedaços de madeira, os indígenas cobram a saída da coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y). Eles afirmam que só deixarão o prédio quando a servidora for exonerada.