Preços agrícolas devem ter alta forte no fim do ano, prevê Tendências

Publicado em 15/09/2011 12:08
Os preços agropecuários devem se manter estáveis em setembro, mas terão um forte repique em outubro e novembro com a entressafra de alimentos como milho, soja e carne, alerta Thiago Curado, da Tendências Consultoria Integrada. Os preços industriais, em contrapartida, devem continuar comportados.

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) divulgado hoje acelerou de 0,20% para 0,63% entre agosto e setembro, puxado por alta de 1,48% nos preços agrícolas. Em relação ao IGP-DI de agosto, no entanto, a tendência observada é de estabilidade, já que o IPA agropecuário havia ficado em 1,64% naquela medição e taxa do industrial foi mantida em 0,46% nos dois indicadores.

“Entre o IGP-DI e o IGP-10 toda a aceleração veio do varejo”, explica Curado. “Já os preços no atacado tiveram desaceleração justamente porque os industriais mantiveram sua variação e os agrícolas começaram a desacelerar. Esse movimento já era esperado”, completa. O recuo nos produtos agropecuários entre os dois IGPs foi influenciado principalmente pelas carnes bovinas, que tiveram arrefecimento em sua alta, tendência que tem perspectiva de continuidade em setembro, mas que será revertida em outubro, adverte o analista.“O alívio observado em setembro é temporário e os preços voltam com força em outubro”, diz.

A Tendências prevê que os preços agropecuários saltem 2,7% no próximo mês dentro do IGP-M, após alta de 1,10% que deve ocorrer no fechamento de setembro. Em novembro, o índice agrícola terá recuo, mas seguirá pressionado, em 1,8%, sustenta o analista. Após a ascensão no atacado, diz Curado, o varejo terá novas pressões de alimentos em outubro e novembro, que serão amenizadas em dezembro.

Para o fim do ano, o economista conta com que o IGP-M tenha alta acumulada de 6,2%, acima da mediana do mercado, de 5,6%, segundo o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, que registrou piora nas expectativas do mercado para a inflação no atacado entre uma semana e outra. “Mantivemos os 6,2% porque é um valor consciente com essa trajetória de maiores pressões dos preços agrícolas,” justifica Curado.

Fonte: Valor Online

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