Lula diz que é ‘insano’ não apostar em Belo Monte
Lula afirmou que o projeto foi cuidadosamente estudado e pediu a compreensão dos brasileiros. “Belo Monte é um projeto de 30 anos, não é de agora. Nós temos um potencial hídrico de praticamente 260 mil megawatts. Se o Brasil deixar de produzir isso para começar a utilizar termoelétrica a óleo diesel será um movimento insano contra toda a luta que estamos fazendo pela questão climática”.
Para o presidente, os críticos da ideia tentam impedir a construção para justificar erros do passado. "Nós temos aí uma indústria do apagão, pessoas que não querem que a gente construa a energia necessária porque querem que tenha um apagão para poder justificar o apagão de 2001. O apagão de 2001 foi incompetência e nós não vamos ter atos de incompetência", disse Lula.
Comparação
O presidente fez uma comparação sobre o custo das várias formas de energia. “Importante entender: temos fixado um preço por megawatt/hora mínimo de R$ 83,00. As empresas que ganharam ofereceram praticamente R$ 78,00 o megawatt/hora. Uma usina eólica custa R$ 150,00 o megawatt/hora, e uma usina a gás, mais ou menos R$ 200,00 um megawatt/hora. Portanto, a energia hídrica ainda é a mais barata. Precisamos é trabalhar com cuidado para fazer as hidrelétricas da forma mais cuidadosa possível, causar o menor impacto ambiental possível”, disse.
Ele ressaltou também o cuidado que o governo tomou para que todas as pessoas envolvidas com a construção da usina não fiquem no prejuízo. “Tivemos uma redução de 60% na área ocupada pelo reservatório da usina. O lago previsto é 40% daquilo que era previsto anteriormente. Estamos cuidando da preservação de mais áreas indígenas, Arara da Volta Grande, Xingu e Paquiçamba, que antes seriam atingidas. Há previsão de realocação de 16 mil pessoas. Estamos pensando em fazer uma hidrelétrica que seja modelo”, afirmou.
Raposa Serra do Sol
Lula comentou ainda sobre a terra indígena Raposa Serra do Sol. “Foi uma coisa extraordinária a demarcação da Raposa Serra do Sol. É importante lembrar que temos trabalhado muito para tentar normalizar, regularizar e dar cidadania aos povos indígenas no Brasil. Desde 2003, homologamos 81 terras. O Brasil tem hoje 663 terras indígenas homologadas, declaradas, delimitadas, em estudo, somando 107.618.000 hectares, ou 12,5% do território nacional. Demos um passo definitivo para reconhecer os índios como cidadãos brasileiros, donos da sua cultura. Cabe ao governo garantir mais”.