Pesquisa Ibope mostra Serra com 36% e Dilma com 29%

Publicado em 22/04/2010 06:40
Diferença entre tucano e petista oscilou de cinco para sete pontos percentuais em relação à última pesquisa

Uma nova pesquisa Ibope encomendada pelo jornal Diário do Comércio aponta variação positiva de dois pontos porcentuais à favor do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, em relação à sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff. O levantamento, feito entre os dias 13 e 18 de abril, mostra o tucano com 36% das intenções de voto, sete à frente da petista, que seria a escolhida por 29% do eleitorado. No ultimo levantamento, a diferença era de 5 pontos.

Em terceiro lugar estão empatados o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e a senadora Marina Silva (PV-AC), com 8% das intenções de voto cada um. A porcentagem de votos em branco e nulos somou 10% e os que disseram não saber em quem votarão atingiram 9%.

Na simulação de um eventual segundo turno entre os pré-candidatos do PSDB e do PT, Serra lidera com 46% e Dilma tem 37%. A maior rejeição apontada pela pesquisa é de Ciro, com 48%, seguido de Marina, com 43%, Dilma, com 34%, e Serra, com 32%. 

O último levantamento Ibope, divulgado em 17 de março e encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrava o tucano com 35% das intenções, seguido pela pré-candidata do PT, com 30%. Ciro registrou 11% e Marina teve 6%. Naquela sondagem, o porcentual de votos em branco e nulos alcançou 10% e dos que disseram não saber em quem votar ou não quiseram responder somou 8%. De acordo com o "Diário do Comércio", os levantamentos encomendados pela CNI e pela ACSP usam a mesma base de apuração e, logo, podem ser comparados entre si. 

No cenário sem Ciro, a pesquisa Ibope/Diário do Comércio aponta Serra com 40%, Dilma com 32%, Marina com 9%, branco e nulos 11% e não sabem ou não opinaram, 9%.

Continuidade - A pesquisa Ibope/Diário do Comércio mostra também crescimento na popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 76% dos entrevistados, a gestão de Lula é ótima ou boa; para 18%, é regular, e 5% afirmaram ser ruim ou péssima. Na última edição do levantamento, 75% dos entrevistados avaliavam a gestão do presidente como ótima ou boa. 

A mostra indagou ainda o que os eleitores gostariam que o próximo presidente fizesse. Do total de entrevistados, 35% querem a total continuidade da atual administração, 30% desejam pequenas mudanças com continuidade, 24% querem a manutenção de apenas alguns programas com muitas mudanças e 9% desejam a mudança total do governo do País. 

Para 75% dos entrevistados, Lula é confiável, enquanto 21% disseram não confiar nele. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 21, pela página do jornal "Diário do Comércio" na internet, e que será publicada nesta quinta, 22, pela edição impressa, foi realizada com 2.002 eleitores em 141 municípios de todo o Brasil. 

A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Esta pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo 9070/2010. 

PT cobra mudanças na campanha

Em reunião da Executiva Nacional do PT, dirigentes do partido expressaram ontem descontentamento com a coordenação da campanha de Dilma Rousseff. A portas fechadas, petistas cobraram mudanças na agenda da candidata e a apresentação de novas propostas, algo que vá além da comparação entre os governos Lula e Fernando Henrique.  

Desde que deixou o governo, há 21 dias, Dilma foi a Minas, Ceará e Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros Estados, ela cometeu tropeços verbais e provocou mal-estar na relação com aliados do PMDB e do PSB.

A cúpula do PT avaliou que Dilma ainda não conseguiu abandonar o discurso de ministra, recheado de explicações técnicas. A estratégia de comparar as gestões do PT e do PSDB também é considerada insuficiente, pois o eleitor mais jovem não tem lembrança do governo tucano.

Outro problema detectado foi em relação à agenda de Dilma, definida como "politicamente fraca". No diagnóstico de dirigentes petistas, o comando da campanha levou a candidata a situações embaraçosas, como no Ceará, reduto do deputado Ciro Gomes (PSB), que o PT quer ver fora do páreo presidencial.

Antes disso, em Minas, Dilma escorregou numa resposta e pareceu pregar uma parceria do PT com o governador Antonio Anastasia (PSDB), aliado do tucano Aécio Neves, que resultaria na chapa "Dilmasia".

A campanha é coordenada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, candidato a deputado. "É uma avaliação equivocada dizer que a campanha da Dilma está limitada à comparação entre governos, mas eu não vou fazer comentários porque não houve resolução do partido", afirmou Dutra. "São debates internos da Executiva e opiniões pessoais."

Em conversas reservadas, as maiores críticas foram dirigidas ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Amigo de Dilma, Pimentel é um dos principais integrantes do núcleo da campanha e tem despertado ciúmes na seara petista.

Secretários e parlamentares do partido julgam que Pimentel está mais interessado em vencer a prévia contra o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT) para disputar o governo mineiro. É um problema e tanto porque o PMDB não abre mão da candidatura do senador Hélio Costa e exige que o PT apresente o vice para seu concorrente não ser "cristianizado". O mais cotado, nesse caso, é o deputado Virgílio Guimarães.

União de lideranças
Deputados de 11 partidos aliados cobraram de Dilma, em jantar com ela, na segunda-feira, participação das bancadas na campanha. A ex-ministra prometeu formar um "coletivo"
de líderes.

Fonte: O Estado de S. Paulo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined