Bovespa fecha em alta de 0,34%; dólar crava R$ 1,74, menor taxa em 3 meses
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) valorizou de forma moderada na rodada de negócios desta quarta-feira, mesmo num dia de fortes altas tanto nas Bolsas americanas quanto nos mercados europeus. Balanços de grandes empresas melhores do que o previsto e indicadores mais positivos animaram os investidores.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 0,34% no fechamento, aos 71.034 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,79 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre índice. Nos EUA, a Bolsa de Nova York subo 0,94%.
"O mercado está um pouco 'estranho' já faz alguns dias. Enquanto o Dow Jones tem subido direto, a Bovespa tem até recuado, indo para trás. Acho que está atrapalhando um pouco o vencimento de opções sobre índice [hoje] e o vencimento de opções sobre ações na segunda. Isso sempre provoca uma volatilidade um pouco maior", comenta Júlio Mora, operador sênior da corretora TOV. "Além disso, o mercado está esperando um aumento dos juros [taxa Selic] neste mês, e isso é sempre prejudicial para Bolsa de Valores".
As projeções de juros formadas na BM&F subiram hoje, depois que o IBGE divulgou que as vendas de varejo subiram 1,6% em fevereiro, bem acima do consenso de mercado (0,6%). O Comitê de Política Monetária, do Banco Central, volta a se reunir nos dias 27 e 28, e muitos economistas do setor financeiro já preveem um ajuste de 0,75 ponto percentual.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,749, em um recuo de 0,51%. A taxa de risco-país marca 168 pontos, número 5,61% abaixo da pontuação anterior. "A novela da Grécia já começou a tomar algum rumo. Já tem a ajuda da União Europeia e do FMI. O país colocou US$ 1,5 bilhão e o mercado absorveu tudo", comenta Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso. 'Acho que muita gente que vendeu dólar porque rifou o euro no pior momento da crise grega, vai começar a voltar para a moeda europeia', acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA apontou que as vendas do setor varejista tiveram um crescimento de 1,6% em março, pelo terceiro mês consecutivo, num desempenho acima do esperado (consenso em 1,2%); o Departamento de Trabalho apontou inflação de 0,1% em março, em linha com as expectativas do setor financeiro.
Os mercados também reagem favoravelmente aos balanços de duas grandes empresas americanas, Intel e JP Morgan, que superaram as expectativas do setor financeiro.
Em testemunho ao Congresso americano, o presidente do banco central dos EUA, Ben Bernanke, afirmou ter confiança no processo de retomada, mas advertiu que o alto nível de desemprego (9,7%) não deve ter alívio no curto prazo. Ele também alertou que o enorme deficit fiscal pode prejudicar a saúde da economia no longo prazo.
No front doméstico, o IBGE divulgou que as vendas do setor varejista brasileiro tiveram um crescimento de 1,6% em fevereiro, ante uma variação de 3% em janeiro.
Empresas
O Banco do Brasil anunciou hoje que deve fazer uma operação de aumento de capital em quase R$ 9 bilhões. Embora analistas destaquem a operação no longo prazo seja positiva, porque aumenta a circulação das ações o banco no mercado, deve ter impacto negativo no curto prazo, já que tende a diluir a participação dos minoritários. A ação ordinária do BB caiu 1,36%, enquanto as ações (preferenciais) dos rivais Bradesco e Itaú-Unibanco valorizaram 0,39% e 0,68%, respectivamente.