Bovespa fecha em queda de 0,14%, com temor de aperto chinês

Publicado em 11/03/2010 19:07

Principal importador mundial de commodities, a China voltou a "assombrar" o mercado brasileiro de ações na rodada de negócios desta quinta-feira. Os investidores temem que o país asiático volte a adotar medidas restritivas à economia, e optaram por vender. E a Bolsa brasileira, que subiu na maior parte do mês, não acompanhou a reação das Bolsas americanas, e encerrou o dia em terreno negativo.

O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve queda de 0,14%, aos 69.884 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,84 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,42%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,770, em queda de 0,16%. A taxa de risco-país marca 190 pontos, acima da pontuação anterior.

Os números da economia chinesa divulgados ontem à noite mostraram a inflação em níveis desconfortáveis, e economia em aceleração. Para os mercados mundiais, essa combinação é a "senha" para que Pequim volte a adotar medidas restritivas à economia, para conter a escalada dos preços, como já fez recentemente.

"O mercado sempre procura se antecipar aos fatos, e a leitura que muita gente fez [dos números da China] é: o que vem pela frente é um aperto monetário", diz Antonio Cesar Amarante, gestor de investimentos da corretora Senso.

O que ainda evitou a queda ainda maior da Bolsa ainda é o fluxo de capital estrangeiro, que vem contribuindo para que o índice Ibovespa oscile perto dos 70 mil pontos. "A Bolsa é sempre determinada pelo fluxo. Em janeiro, saiu [capital estrangeiro]; em fevereiro, saiu. Em março, somente no início do mês, entrou R$ 1,5 bilhão". lembra Amarante.

Entre as principais notícias do dia, o IBGE apontou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país sofreu sua primeira retração (0,2%) num ano desde 1992. No quarto trimestre do ano passado, o PIB teve avanço de 2% em relação aos três meses imediatamente anteriores --a maior alta desde o quarto trimestre de 2007.

O número veio em linha com as projeções de muitos economistas do setor financeiro. Surpreendeu, no entanto, o desempenho do setor varejista em janeiro, também divulgado pelo IBGE: as vendas aumentaram 2,7% contra dezembro e 10,4% ante janeiro de 2009.

Nos EUA, o governo informou que o deficit comercial (exportações menos importações) caiu 6,6% em janeiro, mais do que esperavam analistas do setor financeiro; e o Departamento do Trabalho revelou uma contração na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego (um importante termômetro do mercado de trabalho local).

Fonte: Folha Online

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