Bovespa fecha em alta de 1,46%; estrangeiros miram ação da Petrobras
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ficou muito perto hoje de recuperar a marca dos 70 mil pontos, um patamar perdido há quase três meses, por conta do nervosismo do mercado com a situação da zona do euro, entre outros fatores. As ações da Petrobras puxaram a recuperação da Bolsa brasileira, respondendo por mais um quarto do giro total.
O Ibovespa, principal índice de ações, subiu 1,46%, atingindo os 69.576 pontos. O giro financeiro foi bastante alto, de R$ 10 bilhões, bem acima da média de fevereiro (R$ 6,5 bilhões/dia) e da primeira semana de março(R$ 6,6 bi/dia). Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,11%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,782, em queda de 0,33%. A taxa de risco-país marca 189 pontos, número 0,52% abaixo da pontuação anterior.
O principal motor da recuperação da Bolsa de Valores foi a ação da Petrobras, alvo de uma "corrida" dos investidores, principalmente estrangeiros. Operadores destacaram uma ação de uma importante corretora, com vários clientes no exterior, que teria sido responsável por cerca de 30% dos negócios feitos hoje com o papel da estatal.
Somente a ação preferencial movimentou R$ 2,48 bilhões, valorizando 2,24% no dia. A ação ordinária girou outros R$ 277 milhões, com ganho de 1,85%.
Outro papel bastante visado pelos investidores, a ação preferencial da Vale, teve negócios de R$ 990 milhões, e teve avanço de 0,97%.
"Esse papel [Petrobras] estava atrasado há muito tempo. Há uns seis ou sete meses, ele estava no mesmo patamar de preços da Vale, mas a questão do pré-sal atrasou muito. O mercado começou a ficar muito preocupado e cheio de dúvidas sobre como a Petrobras ia fazer a capitalização", sintetiza José Antônio Mattos, gerente de operações da corretora Amaril Franklin.
A Petrobras pretende lançar ações, de modo a captar recursos para fazer a exploração da camada pré-sal. Sem números sobre o tamanho da operação, nem prazos, o papel foi "abandonado" por muitos investidores, muitos deles estrangeiros, temerosos sobre como esse aumento de capital poderia ser conduzido.
Na semana passada, a Câmara aprovou o projeto de lei e as emendas que regularam essa capitalização, mas que ainda precisam passar pelo crivo dos senadores e do Planalto. Segundo profissionais de corretoras, agentes de mercado ficaram um pouco mais tranquilos, com a expectativa de que a segunda Casa do Congresso, e a Presidência da República mantenham as linhas gerais da proposta.
Hoje, a Petrobras corrigiu a informação dada ontem pela ministra Dilma Rousseff, que havia apontado uma programação de R$ 85 bilhões em investimentos para o ano. A estatal retificou a cifra para R$ 79,45 bilhões, sendo quase metade (R$ 35,7 bilhões) para exploração e produção.