Dólar fecha a R$ 1,78; Bovespa tem ganho de 1,18%
O mercado de câmbio brasileiro teve o seu terceiro dia de queda somente neste mês. Os últimos números da economia americana contribuíram para a recuperação das commodities (matérias-primas) e das Bolsas de Valores, reduzindo a aversão ao risco dos agentes financeiros.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,786, em um recuo de 0,33%, nas últimas operações desta sexta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,791 e R$ 1,777. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,890, em um recuo de 0,52%.
Ainda aberta, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera em alta de 1,18%, aos 68.17 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,09 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,80%.
A perda de postos de trabalho (36 mil) nos EUA foi bem menor do que o previsto por muitos economistas (em torno de 50 mil). Esses números deram um momento de alívio num mercado que ainda monitora de perto a situação da Grécia, país às voltas com uma série crise financeira, que ameaça a estabilidade da zona do euro (conjunto de países que adotam essa moeda).
A taxa de câmbio encerrou o quinto dia abaixo de R$ 1,80. Embora uma parcela do mercado já preveja as cotações da moeda americana próximo de R$ 1,75 no curto prazo, outros corretores ainda temem as complicações do cenário internacional.
"Acho que ainda cedo para dizer que o dólar está rodando em novo patamar. Se você lembrar bem, no final do ano passado a taxa estava em torno de R$ 1,70 e alguns já diziam que iria ficar abaixo desse nível no início de 2010, que teve um início positivo. Não foi o que aconteceu e nós quase vimos o dólar chegar a R$ 1,90", recorda Glauber Romano, profissional da mesa de operações da corretora Intercam. "Os problemas apareceram na Grécia e realmente já estão tomando algumas medidas, mas se não não surtirem efeito, acho que nós podemos ter outros dias de volatilidade de novo com o dólar", acrescenta.
No front doméstico, chamou a atenção o IPCA, que apontou uma inflação (0,78%) abaixo do esperado (0,81%) pelo setor financeiro. Economistas de bancos e corretoras esperam um ajuste dos juros básicos (8,75% ao ano) no curto prazo, mas se dividem sobre o "timing" da operação: neste mês ou em abril.