Mercado prevê alta do PIB de 5,08% em 2010, afirma BC
Publicado em 29/12/2009 06:54
Segundo pesquisa Focus, crescimento também puxa inflação e juros
O mercado financeiro está mais otimista com o crescimento da economia brasileira em 2010. Mas também espera uma dosagem maior de juros quando o ciclo de alta na Selic, a taxa básica de juros, começar - o que, de acordo com os analistas consultados pelo Banco Central (BC), deverá ocorrer em abril do ano que vem. Segundo a pesquisa semanal Focus, feita pela autoridade monetária com cerca de uma centena de analistas, o mercado prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter uma alta de 5,08% em 2010. No levantamento anterior, a estimativa era de 5%.
Apesar de mais conservador do que o BC - que, no relatório trimestral de inflação divulgado no último dia 22, previu um crescimento de 5,8% para o PIB -, o mercado hoje demonstra um otimismo bem maior do que tinha há alguns meses. Até meados de agosto, a estimativa de crescimento da economia em 2010 não chegava a 4%. E só chegou em 5% em meados de novembro. O movimento reflete a safra de indicadores que mostram uma atividade econômica em franca recuperação, depois do solavanco gerado pela crise financeira internacional.
Mas o maior otimismo com a atividade econômica no mercado financeiro costuma vir acompanhado de expectativa de alta nos juros, diante do temor de o parque produtivo nacional não conseguir atender à demanda por produtos, gerando risco de alta de preços. O relatório de inflação - mostrando uma expectativa de forte crescimento, com a inflação já oscilando no centro da meta e com viés de alta, e o discurso de que é melhor prevenir do que remediar - reforçou esse conservadorismo do mercado.
Dessa forma, o Focus captou que os analistas esperam uma dose maior de alta na Selic em abril do próximo ano, quando deverá subir dos atuais 8,75% ao ano para 9,25%. Na sondagem anterior, a expectativa era que a Selic iria para um patamar de 9%. Mas os analistas continuam esperando que a taxa básica encerre 2010 em 10,75% anuais, embora tenham, nessa semana, começado a acreditar que o ciclo de alta nos juros terminará só em 2011, com a Selic atingindo 11,25% em janeiro daquele ano.
De acordo com a pesquisa Focus, o mercado trabalha com o IPCA - o índice oficial de inflação - ficando exatamente no centro da meta de 4,5% em 2010. A mesma taxa é esperada para os índices gerais de preços e para o IPC medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
REVISÕES
Uma análise das projeções do Focus desde o início de 2009 mostra como este foi um ano de drásticas mudanças nas expectativas dos agentes econômicos. A previsão média para o PIB de 2009, por exemplo, começou o ano em 2,4%, caiu para um mínimo de menos 0,71% em junho, voltou a zero em setembro, e permaneceu em nível levemente positivo até 9 de dezembro, antes de cair de novo até a última leitura (24 de dezembro), de menos 0,22%.
Já as projeções para o PIB de 2010 evoluíram de forma um pouco menos errática, mas ainda assim com grandes variações durante o ano: no início de janeiro de 2009, o mercado antevia um crescimento de 3,85% em 2010, o que recuou para 3,50% no final de fevereiro, permanecendo neste nível até o fim de julho. Foi nessa época que o otimismo em relação à economia brasileira começou a retornar, o que levou a mediana das projeções do mercado para o crescimento do PIB em 2010 a se elevar paulatinamente até 5% em meados de setembro (e, agora, na última leitura, foi para 5,08%).
Em termos de inflação, medida pelo IPCA, o índice oficial do sistema de metas, os analistas de mercado também mudaram suas projeções para 2009 ao longo do ano: a mediana das previsões caiu de 5% no início de 2009 para 4,28% em 12 de dezembro, com várias oscilações no meio de caminho. Já em relação ao IPCA de 2010, as previsões feitas ao longo de 2009 começam e terminam exatamente na meta de 4,5%, depois de recuar para níveis um pouco abaixo da meta ao longo do ano.
Apesar de mais conservador do que o BC - que, no relatório trimestral de inflação divulgado no último dia 22, previu um crescimento de 5,8% para o PIB -, o mercado hoje demonstra um otimismo bem maior do que tinha há alguns meses. Até meados de agosto, a estimativa de crescimento da economia em 2010 não chegava a 4%. E só chegou em 5% em meados de novembro. O movimento reflete a safra de indicadores que mostram uma atividade econômica em franca recuperação, depois do solavanco gerado pela crise financeira internacional.
Mas o maior otimismo com a atividade econômica no mercado financeiro costuma vir acompanhado de expectativa de alta nos juros, diante do temor de o parque produtivo nacional não conseguir atender à demanda por produtos, gerando risco de alta de preços. O relatório de inflação - mostrando uma expectativa de forte crescimento, com a inflação já oscilando no centro da meta e com viés de alta, e o discurso de que é melhor prevenir do que remediar - reforçou esse conservadorismo do mercado.
Dessa forma, o Focus captou que os analistas esperam uma dose maior de alta na Selic em abril do próximo ano, quando deverá subir dos atuais 8,75% ao ano para 9,25%. Na sondagem anterior, a expectativa era que a Selic iria para um patamar de 9%. Mas os analistas continuam esperando que a taxa básica encerre 2010 em 10,75% anuais, embora tenham, nessa semana, começado a acreditar que o ciclo de alta nos juros terminará só em 2011, com a Selic atingindo 11,25% em janeiro daquele ano.
De acordo com a pesquisa Focus, o mercado trabalha com o IPCA - o índice oficial de inflação - ficando exatamente no centro da meta de 4,5% em 2010. A mesma taxa é esperada para os índices gerais de preços e para o IPC medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
REVISÕES
Uma análise das projeções do Focus desde o início de 2009 mostra como este foi um ano de drásticas mudanças nas expectativas dos agentes econômicos. A previsão média para o PIB de 2009, por exemplo, começou o ano em 2,4%, caiu para um mínimo de menos 0,71% em junho, voltou a zero em setembro, e permaneceu em nível levemente positivo até 9 de dezembro, antes de cair de novo até a última leitura (24 de dezembro), de menos 0,22%.
Já as projeções para o PIB de 2010 evoluíram de forma um pouco menos errática, mas ainda assim com grandes variações durante o ano: no início de janeiro de 2009, o mercado antevia um crescimento de 3,85% em 2010, o que recuou para 3,50% no final de fevereiro, permanecendo neste nível até o fim de julho. Foi nessa época que o otimismo em relação à economia brasileira começou a retornar, o que levou a mediana das projeções do mercado para o crescimento do PIB em 2010 a se elevar paulatinamente até 5% em meados de setembro (e, agora, na última leitura, foi para 5,08%).
Em termos de inflação, medida pelo IPCA, o índice oficial do sistema de metas, os analistas de mercado também mudaram suas projeções para 2009 ao longo do ano: a mediana das previsões caiu de 5% no início de 2009 para 4,28% em 12 de dezembro, com várias oscilações no meio de caminho. Já em relação ao IPCA de 2010, as previsões feitas ao longo de 2009 começam e terminam exatamente na meta de 4,5%, depois de recuar para níveis um pouco abaixo da meta ao longo do ano.
Fonte:
O Estado de S. Paulo