Alimentos puxam alta do IPCA em novembro
No mês passado, o grupo alimentação e bebidas subiu 0,58%, contra uma queda de 0,09% no mês anterior, com uma contribuição de 0,13 ponto percentual para o IPCA.
As principais altas entre os alimentos vieram de produtos com influências sazonais de crescimento, como a batata inglesa, que subiu 26,06% em novembro, acumulando avanço de 69,93% desde janeiro. Em novembro, a batata deu a maior contribuição individual para o IPCA, com 0,06 ponto percentual.
Outro produto com forte impacto em novembro foi o óleo de soja, que avançou 4,43%, e impacto de 0,01 ponto percentual sobre o índice cheio.
" Houve demanda maior por óleo de soja por causa do aumento, previsto para janeiro, de adição de biodiesel no óleo diesel, que passará dos atuais 4% para 5% " , disse a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, lembrando que a soja é a principal matéria-prima para fabricação do biodiesel.
Também foram uma fonte de pressão os transportes, que subiram 0,61% em novembro, com uma contribuição de 0,12 ponto percentual para o IPCA. A maior influência partiu das passagens aéreas que, estimuladas pela chegada da alta temporada, pularam de uma baixa de 12,43% em outubro para 18,03% em novembro.
Um avanço importante veio dos combustíveis, com crescimento de 1,12% em novembro, puxado pela alta de 4,61% do álcool, que por sua vez influenciou o avanço de 0,85% da gasolina. Em termos de impacto, o álcool contribuiu com 0,02 ponto percentual para o IPCA de novembro, enquanto a gasolina ajudou com 0,03 ponto percentual.
No acumulado do ano, o crescimento da massa salarial e os resquícios do crescimento de 11,11% dos preços dos alimentos no ano passado representam as principais alavancas para o avanço de 7,60% da refeição fora de casa desde janeiro, o que significou uma contribuição de 0,31 ponto percentual para o IPCA de 3,93% registrado nos 11 primeiros meses de 2009. A segunda maior contribuição foi proveniente dos colégios, que subiram 5,94% em 2009, com influência de 0,29 ponto percentual.
Entre os grupos, alimentação e bebidas e transportes, que puxaram a alta de novembro, são as principais âncoras que seguram o IPCA em 2009. Os alimentos avançaram 2,93% nos 11 primeiros meses do ano, com contribuição de 0,67 ponto percentual para o índice cheio. Já os transportes cresceram 1,57% em 2009, com influência de 0,31 ponto percentual, puxado pela redução das alíquotas do IPI ao longo do ano.
Para dezembro, a única influência prevista é o final do aumento de 8,6% nas taxas de água e esgoto no Recife.