Ibovespa fecha no azul com suporte de Embraer em dia repleto de balanços
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma alta marginal nesta quarta-feira, sustentada pelo desempenho robusto de Embraer, que renovou máximas históricas, em uma sessão novamente marcada por uma bateria de resultados corporativos e sem novidades concretas sobre o pacote fiscal prometido pelo governo federal.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa terminou com variação positiva de 0,03%, a 127.733,88 pontos, tendo marcado 126.869,37 pontos na mínima e 128.099,89 pontos na máxima do dia.
O volume financeiro somou 39,45 bilhões de reais, em sessão marcada por vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está avaliando se consegue incluir mais medidas no pacote fiscal em discussão para ser enviado ao Congresso Nacional, mas que não sabe se há tempo hábil para um anúncio nesta semana.
Uma nova batelada de balanços estava prevista ainda nesta quarta-feira, incluindo pesos pesados como Banco do Brasil, JBS, Cosan, Azzas 2154, BRF, Marfrig, Equatorial, Ultra, entre outros.
No exterior, Wall Street fechou no azul, mas os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos reverteram a queda e marcavam 4,45%, de 4,43% na véspera, em sessão marcada por dados de preços ao consumidor de outubro nos Estados Unidos.
De acordo com o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, os números de inflação divulgados pela manhã nos Estados Unidos não surpreenderam, mas encerram a sequência de quedas observada nos últimos meses, o que pode trazer dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Por ora, notou, os contratos de juros no mercado norte-americano reforçaram as apostas de mais um corte de 0,25 ponto percentual na última reunião do Fed em 2024. "Neste momento, as atenções inevitavelmente começam a se voltar para 2025 e os potenciais impactos das medidas do novo governo Trump”, avalia.
DESTAQUES
- EMBRAER ON saltou 4,73%, a 56,69 reais, renovando marcas histórias, ajudada por relatório do JPMorgan elevando em 30% o preço-alvo do papel, a 78 reais, e reiterando a recomendação "overweight". "O momentum positivo das ações deve continuar durante o quarto trimestre devido à sazonalidade dos lucros e a novos pedidos", afirmaram os analistas.
- AZZAS 2154 ON valorizou-se 2,69%, tendo o resultado do terceiro trimestre, previsto para publicação no final do dia, no radar. Projeções compiladas pela Lseg apontam lucro líquido de 148 milhões de reais.
- CVC BRASIL ON avançou 2,36%, após reportar lucro líquido de 14,4 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de 87,5 milhões um ano antes. A receita líquida caiu 12%, mas o resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado aumentou 29,1%, para 124,7 milhões de reais, com a margem passando de 25,7% para 34,3%.
- IRB(RE) ON perdeu 6,85%, mesmo após salto no lucro líquido para 115,9 milhões de reais no terceiro trimestre, com declínio na sinistralidade. O presidente-executivo da resseguradora afirmou que a expectativa é de que a companhia siga registrando crescimento do lucro em 2025, mas deve reduzir o ritmo, enquanto dividendos devem ficar apenas para o ano seguinte em um cenário mais realista.
- HAPVIDA ON fechou em baixa de 6,34%, mesmo com alta de 24,3% no lucro líquido do terceiro trimestre, para 324,5 milhões de reais, uma vez que o resultado ficou abaixo da previsão de analistas. No terceiro trimestre, a sinistralidade caixa da Hapvida ficou em 70,4%, de 71,9% um ano antes.
- RAÍZEN PN caiu 6,42%, em meio à análise do resultado com prejuízo líquido de 158,3 milhões de reais no segundo trimestre da safra 2024/25, impactado por menores margens no segmento de mobilidade e renováveis.
- CSN ON recuou 3,97%, após reportar prejuízo líquido de 750,9 milhões de reais de julho ao final de setembro ante resultado positivo de 90,8 milhões no mesmo período de 2023, com aumento na alavancagem para 3,34 vezes, acima do nível de 2,63 vezes um ano antes.
- VIVARA ON cedeu 1,78%, após anunciar que o conselho de administração elegeu na véspera o atual diretor de operações, Icaro Borrello, para o cargo de presidente-executivo da companhia. A decisão segue-se à renúncia do CEO Otavio Chacon, com o processo sucessório previsto para durar 30 dias.
- VALE ON recuou 0,28%. Na China, o contrato de minério de ferro mais negociado em Dalian (DCE) encerrou com declínio de 0,2%.
- PETROBRAS cedeu 0,14%, mesmo com a alta do petróleo no mercado externo, onde barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou com elevação de 0,54%.
- BANCO DO BRASIL ON fechou estável antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre após o fechamento, em dia misto no setor, com ITAÚ UNIBANCO PN caindo 0,52%, BRADESCO PN subindo 0,67% e SANTANDER BRASIL UNIT perdendo 0,54%.