Ibovespa fecha em alta com Vale
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, com as ações da Vale avançando cerca de 3% após a mineradora aumentar sua estimativa de produção de minério de ferro, enquanto IRB (RE) caiu quase 5% após "downgrade" de analistas do JPMorgan.
Investidores também repercutiram dados de inflação dos Estados Unidos, que corroboraram apostas de que Federal Reserve cortará em 0,25 ponto percentual a taxa de juros da maior economia do mundo na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,27%, a 134.676,75 pontos, tendo marcado 135.087,32 pontos na máxima e 133.756,97 pontos na mínima do dia. O volume financeiro do pregão somou 18,8 bilhões de reais.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,2% no mês passado, avançando 2,5% em 12 meses - menor aumento anual desde fevereiro de 2021. Economistas previam altas de 0,2% no mês e 2,6% na base anual.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o CPI subiu 0,3% em agosto, após elevação de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o núcleo aumentou 3,2%, mesma taxa de julho.
Na visão de economistas do Bradesco, tirando a parte de habitação, o CPI mostrou uma desinflação disseminada.
"Para a próxima decisão do Fed, contudo, a surpresa nos aluguéis imputados deve reduzir o debate sobre o ritmo do primeiro corte de juros, fazendo com que o banco central inicie o ciclo com uma redução de 0,25 ponto percentual", afirmaram.
"Acreditamos, contudo, que ainda há espaço para aceleração dos cortes mais à frente."
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 1,07%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 3,6591% no final do dia, de 3,644% na véspera.
DESTAQUES
- VALE ON avançou 2,84%, após a mineradora elevar previsão para a produção de minério de ferro neste ano, estimando agora um volume de 323-330 milhões de toneladas. A companhia também divulgou que deu início ao comissionamento do projeto Vargem Grande 1 a úmido, bem como estimou aportes anuais de mais de 400 milhões de dólares em pesquisa, desenvolvimento e inovação. A Vale está realizando seus "tour" de 2024 com analistas e investidores Carajás. Os papéis ainda foram endossados pela alta dos futuros de minério de ferro na China.
- BRAVA ENERGIA ON subiu 5,03% após divulgar que o Ibama emitiu licença de operação do navio-plataforma FPSO Atlanta, na Bacia de Santos. A companhia acrescentou que segue empenhada em atender os pedidos para a autorização pendente da ANP para iniciar a produção na nova plataforma. Analistas do Citi estimam para o final de outubro ou início de novembro o primeiro óleo do Sistema Definitivo de Atlanta.
- IRB (RE) ON recuou 4,61%, após analistas do JPMorgan cortarem a recomendação das ações da resseguradora para "underweight" ante "neutra", mantendo o preço-alvo de 44 reais para o final de 2025 - um desconto de 8,7% em relação ao fechamento dos papéis na véspera (48,2 reais). Entre os argumentos, eles citaram espaço limitado para surpresas em relação aos resultados.
- B3 ON caiu 2,49%, respondendo pela maior pressão negativa no Ibovespa, tendo marcado uma mínima intradia em cerca de um mês no pior momento, quando foi negociada a 11,84 reais. Analistas do Bank of America cortaram a recomendação das ações na véspera para "neutra" e reduziram o preço-alvo de 14 para 13 reais, após diminuírem estimativas de lucro para refletir volumes menores nas negociações de ações no mercado.
- PETROBRAS PN cedeu 0,11%, descolada do desempenho dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em alta de 2,05%. PETROBRAS ON subiu 0,44%.
- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com acréscimo de 0,19%, enquanto BANCO DO BRASIL ON terminou com variação positiva de 0,03%. BRADESCO PN cedeu 1,14%, e SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,9%.
(Por Paula Arend Laier)