Tebet diz esperar redução de juros pelo BC imediatamente após aprovação do arcabouço

Publicado em 28/04/2023 08:22

SÃO PAULO (Reuters) - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira que espera que o Banco Central reduza a taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano, imediatamente após a aprovação do novo arcabouço fiscal no Congresso.

Durante evento promovido na internet, Tebet fez uma defesa da reforma tributária e afirmou que a intenção do governo é zerar o déficit orçamentário, atualmente próximo de 230 bilhões de reais.

Para isso, segundo ela, o governo mandou a proposta do novo arcabouço ao Congresso.

"Imediatamente com a aprovação do arcabouço fiscal, esperamos a redução dos juros", afirmou, criticando na sequência o atual nível da Selic.

"Se justificam os 13,75%? Esta dose não está elevada?", questionou Tebet em outro momento, para depois elencar fatores internos e externos para que a inflação esteja elevada.

Os comentários de Tebet estão em sintonia com declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem afirmado que o governo tem feito sua parte, na área fiscal, para que seja possível ao BC reduzir a Selic.

Em eventos recentes, no entanto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, apesar de elogiar os esforços de Haddad na formulação do arcabouço, tem alertado para a persistência da inflação.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Ao tratar da reforma tributária que está sendo planejada pelo governo, Tebet afirmou que ela terá dois preceitos: diminuir impostos na área de consumo e tributar mercadorias na ponta de consumo, e não na origem.

"Hoje tributamos muito na origem. Depois este produto vai chegando elaborado em São Paulo, no Rio, que são grandes consumidores. O que acontece quando você tributa na origem? Você começa a tornar complexa esta cadeia de tributação. A carga tributária vai ficando muito alta", defendeu.

Tebet também afirmou que, proporcionalmente, na comparação com outros países, o Brasil tributa pouco a renda.

"Objetivo da reforma é tributar menos o consumo e, depois, tributar mais a renda."

Tebet participou do debate “Plano Plurianual (PPA) Participativo e a Revalorização do Planejamento”, promovido pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

(Por Fabrício de Castro)

Fonte: Reuters

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