Minério de ferro cai com riscos regulatórios moderando otimismo da demanda da China
Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram nesta sexta-feira, com os reguladores chineses tentando moderar a empolgação dos traders com a demanda mais forte pelo ingrediente siderúrgico, embora os preços ainda caminhassem para fechar a semana com ganhos.
Grandes produtores de minério de ferro, como o Grupo BHP e Rio Tinto, disseram nesta semana que viram sinais de uma recuperação na demanda chinesa, depois que Pequim suspendeu as restrições da Covid e lançou medidas de apoio para incorporadores imobiliários em dificuldades.
Uma perspectiva melhor para a China, maior produtora mundial de aço, elevou os benchmarks de minério de ferro de Dalian e Cingapura para além da faixa de negociação de 120 a 130 dólares, na qual ficaram presos por semanas.
Os preços spot também subiram esta semana, já que as siderúrgicas chinesas aumentaram ainda mais sua produção.
"Dizem que as siderúrgicas estão se preparando para uma temporada de construção mais movimentada no próximo trimestre, com a produção de aço subindo 6% no início de fevereiro", disseram analistas da Westpac em nota.
A taxa de utilização da capacidade de alto-forno entre 247 siderúrgicas chinesas pesquisadas regularmente pela Mysteel subiu pela sétima semana consecutiva para 86,97% entre 17 e 23 de fevereiro, alta de 1,22 ponto percentual na semana, informou a consultoria e provedora de informações do setor.
Mas os preços recuaram um pouco após o movimento da Dalian Commodity Exchange (DCE) para conter a atividade especulativa.
O minério de ferro de maio mais negociado na DCE encerrou o comércio diurno com queda de 0,2%, a 909,50 iuanes (131,19 dólares) a tonelada. O contrato continuou, no entanto, a caminho de um ganho semanal de quase 3%.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para março estava sendo negociado a 128,50 dólares a tonelada, queda de 1% em relação a quinta-feira. Na semana, a alta é de 1,6%.
(Por Enrico Dela Cruz em Manila)