Demanda europeia elevará competição por GNL nos próximos dois anos, diz Shell

Publicado em 16/02/2023 08:59

Por Marwa Rashad e Emily Chow

LONDRES (Reuters) - A crescente necessidade da Europa por gás natural liquefeito (GNL) aumentará a concorrência com a Ásia pelo produto nos próximos dois anos, já que a oferta permanece limitada, disse a Shell nesta quinta-feira.

Os países europeus, incluindo o Reino Unido, importaram 121 milhões de toneladas de GNL no ano passado, um aumento de 60% em relação a 2021, para lidar com os cortes nos suprimentos canalizados da Rússia, disse a Shell em sua perspectiva de GNL para 2023.

Uma queda na demanda chinesa em 15 milhões de toneladas, bem como a redução das importações de compradores do sul da Ásia devido aos altos preços, ajudaram a Europa a adquirir oferta.

"(No mercado europeu de gás) a demanda é menor hoje, o que é útil, mas o próximo inverno pode ser muito mais frio... e existe o potencial de haver mais concorrência por esses volumes de GNL, especialmente da China, à medida que o país sai do lockdown", disse Steve Hill, vice-presidente executivo de marketing de energia da Shell.

"Quanto mais rápido o crescimento da demanda econômica chinesa e, portanto, da demanda de GNL, mais apertado será o mercado."

Os preços do gás atingiram novas máximas no ano passado, levando os preços spot asiáticos de GNL a seguir a tendência, atingindo recordes de quase 70,5 dólares por milhão de unidades térmicas britânicas (mmbtu).

Os preços, no entanto, caíram mais de 70% em relação a essas altas.

Enquanto o GNL está se tornando um pilar cada vez mais importante da segurança energética europeia, apoiado pelo rápido desenvolvimento de novos terminais de regaseificação no noroeste da Europa, a China, por outro lado, está deixando de ser um mercado de importação em rápido crescimento para desempenhar um papel mais flexível, com uma maior capacidade de equilibrar o mercado global de GNL, disse o relatório.

A China devolveu o título de maior importador de GNL ao Japão em 2022, uma vez que a demanda desacelerou em meio a suas rígidas medidas de Covid-zero e os altos preços spot restringiram as compras.

O comércio global total de GNL atingiu 397 milhões de toneladas em 2022. As previsões da indústria veem a demanda saltando para 700 milhões de toneladas até 2040, disse a Shell, acrescentando que uma lacuna entre oferta e demanda deve surgir no final da década de 2020.

(Por Marwa Rashad em Londres e Emily Chow em Cingapura)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Banco Central não quer acabar com papel-moeda, diz Campos Neto
Ibovespa tem movimento discreto com Petrobras contrabalançando NY
Nasdaq lidera perdas em Wall St resultados decepcionantes de empresas de tecnologia
América Latina tem "progresso notável" contra insegurança alimentar, aponta relatório da FAO
Ibovespa hesita na abertura com exterior
Dólar sobe com pressão de commodities e iene sobre moedas emergentes