Relatório das Forças Armadas não excluiu a possibilidade de fraude, diz Ministério da Defesa
O Ministério da Defesa emitiu uma nota oficial no final da manhã desta quinta-feira (10) detalhando e esclarecendo alguns dos pontos do relatório entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem sobre o processo eleitoral e as urnas eletrônicas. Mais do que isso, a pasta deixa claro em seu relatório que a lisura do processo eleitoral não pode ser comprava e pede que uma investigação técnica ocorra com urgência.
"O Ministério da Defesa solicitou ao TSE, com urgência, a realização de uma investigação técnica sobre o ocorrido na compilação do código-fonte e de uma análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas, criando-se, para esses fins, uma comissão específica de técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes de entidades fiscalizadoras", diz a nota.
Abaixo, veja a íntegra ou clique AQUI para lê-la no site oficial do ministério:
O objetivo da nota, ainda de acordo com o ministério, é evitar distorções sobre o relatório entregue ao TSE nesta quarta (9), uma vez que a repercussão tem sido grande e intensa, mas as diversas interpetações também, sobretudo sobre a possibilidade de fraude. O estudo, portanto, não confirma a lisura do processo eleitoral.
"O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022", traz a nota.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o próximo ministro do TSE, o advogado André Ramos Tavares, que chega para substituir Carlos Mário da Silva Velloso Filho. Velloso pediu sua renúncia em função de problemas de saúde.
Enquanto as informações continuam chegando, há grupos de manifestantes ainda por todo o Brasil, pedindo que os apontamentos do Ministério da Defesa sejam apurados e que repostas claras sejam apresentadas. Para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, as manifestações populares são "sem pé nem cabeça".
"Essas pessoas que estão protestando não tem por que protestar”, disse Lula durante uma coletiva após reunião com o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. "Acho que é preciso detectar quem está financiando esses protestos, porque que não tem nem pé nem cabeça." Mais do que isso, Lula afirmou também que o relatório foi deplorável e humilhante para as Forças Armadas.
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O cientista político Paulo Moura, do Canal Dextra, explicou o relatório na sequência de sua divulgação e o que pode acontecer na sequência. Veja a íntegra: