Inflação anual na zona do euro atinge recorde de 10% em setembro e eleva pressão sobre BCE

Publicado em 30/09/2022 08:06

FRANKFURT (Reuters) - A inflação da zona do euro disparou bem acima do esperado e atingiu novo recorde neste mês, reforçando as expectativas de outro aumento forte dos juros pelo Banco Central Europeu em outubro.

O aumento dos preços nos 19 países que usam o euro acelerou para 10,0% em setembro na comparação anual, de 9,1% um mês antes, mostraram dados da Eurostat nesta sexta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 9,7%.

Números divulgados na véspera mostraram que a inflação na Alemanha, a maior economia do bloco, saltou para a maior taxa desde a época da Guerra da Coreia, 70 anos atrás.

A inflação ainda foi impulsionada principalmente pela volatilidade dos preços da energia e alimentos, mas continuou a se disseminar, com praticamente todas as categorias, de serviços a bens industriais, mostrando agora leituras dolorosamente altas.

Isso provavelmente será desconfortável para o BCE, que visa um aumento de preços de 2%, já que sugere que a inflação está sendo cada vez mais alimentada pelo excesso de demanda e corre o risco de se enraizar.

De fato, o núcleo da inflação, que filtra a volatilidade dos preços de alimentos e combustíveis e é acompanhada de perto pelo BCE, também saltou para uma nova máxima, aumentando a urgência de mais aumentos de juros após movimentos fortes em julho e setembro

Excluindo os preços de alimentos e combustíveis, a inflação saltou de 5,5% para 6,1%, enquanto uma medida ainda mais restrita, que também exclui álcool e tabaco, subiu de 4,3% para 4,8%.

Os preços da energia dispararam 41% em comparação com um ano atrás, enquanto que os alimentos não processados subiram 13%.

Embora a próxima reunião do BCE ainda esteja a quase um mês de distância, muitas autoridades já defenderam outro aumento de 75 pontos-base após um movimento total de 125 pontos em duas reuniões, o ritmo mais rápido de aperto da política monetária pelo BCE já registrado.

Os mercados vêem agora a taxa de depósito, atualmente em 0,75%, em cerca de 2% até o final do ano.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

Fonte: Reuters

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