Inflação ao produtor na China atinge mínima de 17 meses, preços ao consumidor aceleram

Publicado em 10/08/2022 07:57 e atualizado em 10/08/2022 08:28

Por Liangping Gao e Kevin Yao

PEQUIM (Reuters) - A inflação ao produtor fábrica na China diminuiu caiu para uma mínima de 17 meses em julho, contrariando as pressões globais de custos uma vez que o setor de construção mais fraco pesou sobre a demanda por matéria-prima, embora os aumentos dos preços ao consumidor tenham atingido um pico de dois anos em meio ao aperto no fornecimento de carne suína.

O índice de preços ao produtor subiu 4,2% em relação ao ano anterior, disse nesta quarta-feira a Agência Nacional de Estatística, depois de alta de 6,1% em junho e ante expectativa de aumento de 4,8%.

A alta dos preços ao produtor chinês diminuiu de uma máxima de 26 anos em outubro do ano passado, dando às autoridades alguma margem de manobra para estimular a economia em queda, mesmo quando os bancos centrais do mundo se esforçam para reduzir a inflação com aumentos agressivos das taxas de juros.

O índice de preços ao consumidor aumentou 2,7% em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido desde julho de 2020, mas abaixo da previsão de alta de 2,9%.

O governo estabeleceu uma meta anual para a inflação ao consumidor de cerca de 3%, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, disse no mês passado que a China seria capaz de manter o aumento de preços de 2022 abaixo de 3,5%, numa tentativa de destacar a necessidade de estabilizar os preços e o emprego.

"Se conseguirmos manter a taxa de desemprego abaixo de 5,5% e o aumento dos preços ao consumidor ficar abaixo de 3,5% durante todo o ano, poderemos viver com uma taxa de crescimento ligeiramente superior ou inferior à meta, não muito baixa, é claro", disse Li em uma discussão com líderes empresariais organizada pelo Fórum Econômico Mundial.

Embora a inflação relativamente benigna da China tenha se devido em grande parte à demanda interna fraca, uma moderação nas pressões globais sobre os preços, como a queda dos preços do petróleo, também contribuiu para a desaceleração de julho.

"A inflação nos portões das fábricas permanecerá em uma trajetória descendente durante o resto do ano em meio a uma queda adicional nos preços das commodities, alívio nos gargalos de abastecimento e uma base mais alta de comparação", disse Zichun Huang, economista da China na Capital Economics, em uma nota.

Em sinal da desaceleração, o índice de preços ao produtor caiu 1,3% na comparação mensal, primeiro declínio mensal desde janeiro, com as maiores quedas nos preços de metais e petroquímicos.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024