Empréstimos bancários crescem em abril mesmo com aperto monetário; juros sobem
O volume de concessões de empréstimos e o estoque total de crédito cresceram no país em abril, mesmo diante do já avançado ciclo de aperto monetário para conter a inflação, mostram dados do Banco Central apresentados nesta quarta-feira, embora as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras tenham subido.
O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8% em abril sobre março, a 4,816 trilhões de reais. O montante corresponde a 53,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ligeiramente abaixo dos 53,9% observados em março.
No mês, houve crescimento de 3,8% nas concessões médias, a 24,2 bilhões de reais, acumulando uma alta de 22,8% em 12 meses.
De acordo com os dados da autarquia, a taxa média de juros cobrada pelos bancos manteve o ritmo de alta, acompanhando as elevações da Selic pelo BC, e subiu 1,0 ponto percentual em abril sobre o mês anterior, a 27,7% ao ano --em abril de 2021, estava em 20,4%.
Quando considerado apenas o crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, os juros subiram 0,7 ponto, para 38,1%. Nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve alta de 1,1 ponto, a 11,1%.
Também houve alta no spread, a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o valor cobrado na liberação dos financiamentos. A alta foi de 0,6 na média total (a 17,6 pontos percentuais), 0,6 em recursos livres (26,4 pontos) e 0,3 nos direcionados (3,6 pontos).
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 3,5%, ante 3,4% em março.
A apresentação dos dados de abril originalmente ocorreria no fim de maio, mas as divulgações pelo BC seguem atrasadas mesmo após o fim da greve de servidores do órgão. Dados de março também foram atualizados nesta quarta.