Cortes de gás da Rússia à Europa afetam esperanças econômicas, Ucrânia relata ataques à sua costa

Publicado em 26/07/2022 09:21

 A Rússia afirmou que reduzirá o fornecimentos de gás à Europa a partir da quarta-feira, num golpe aos países que apoiaram a Ucrânia, enquanto ataques com mísseis nas regiões costeiras do Mar Negro geraram incertezas sobre se a Rússia manterá um acordo para permitir as exportações de grãos da Ucrânia.

Os primeiros navios da Ucrânia podem zarpar em alguns dias, segundo o acordo fechado na sexta-feira, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), apesar de um ataque com míssil da Rússia contra o porto ucraniano de Odessa no fim de semana. Um porta-voz da administração militar disse que outro míssil atingiu a região de Odessa na manhã de terça-feira.

O aumento do preço da energia e a ameaça de fome a milhões em países mais pobres mostram como o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, agora em seu sexto mês, está causando um impacto muito além da Ucrânia.

Países da União Europeia aprovaram nesta terça-feira uma proposta de emergência enfraquecida para diminuir sua demanda de gás, tentando gradativamente reduzir o uso de energia russa e se preparar para um possível corte total.

O Exército ucraniano relatou nesta terça-feira ataques com mísseis russos no sul e que forças ucranianas haviam atingido alvos do inimigo. Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar em Odessa, disse a um canal de televisão ucraniano que um míssil atirado da direção do Mar Negro havia atingido a região, mas não deu informações sobre número de mortos.

Ao leste de Odessa, ao longo da costa do Mar Negro, infraestrutura portuária em Mykolaiv foi danificada por um ataque, segundo o prefeito Oleksandr Senkevich.

O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu em um primeiro momento a um pedido por comentário, feito fora do horário comercial.

A gigante russa de energia, Gazprom, citando instruções de um órgão supervisor da indústria, disse na segunda-feira que o fluxo de gás à Alemanha por meio do oleoduto Nord Stream 1 seria reduzido para 33 milhões de metros cúbicos por dia a partir de quarta-feira.

É metade do fluxo atual, que já está em cerca de 40% da capacidade normal. Antes da guerra, a Europa importava aproximadamente 40% do seu gás e 30% do seu petróleo da Rússia.

O Kremlin afirma que as interrupções no fluxo de gás são resultado de problemas de manutenção e sanções do Ocidente. A União Europeia acusou a Rússia de usar energia para chantagem.

NAVIOS DE GRÃOS

Antes da invasão e das sanções subsequentes, Rússia e Ucrânia representavam quase um terço das exportações globais de trigo.

Autoridades de Rússia, Turquia, Ucrânia e ONU concordaram na sexta-feira que não haveria ataques contra navios mercantes se locomovendo no Mar Negro em direção ao Estreito de Bósforo na Turquia e aos mercados globais.

Moscou rechaçou preocupações de que o acordo possa ser prejudicado por um ataque russo contra Odessa no sábado e disse que visava apenas infraestrutura militar.

A Casa Branca afirmou que o ataque coloca em xeque a credibilidade da Rússia e estava observando de perto para ver se os compromissos estão sendo cumpridos.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined