Ibovespa fecha em alta com apoio de Wall St e Vale; Klabin recua
Por Paula Arend Laier e Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pela quinta sessão consecutiva nesta quinta-feira, seguindo a performance dos pregões norte-americanos, com Vale e B3 entre os principais suportes positivos, enquanto Klabin figurou entre as maiores quedas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,76%, a 99.033,17 pontos, revertendo as perdas da primeira etapa da sessão, quando chegou a cair mais de 1%, a 97.087,62 pontos no pior momento. O volume financeiro somou 18,7 bilhões de reais.
Na visão da economista Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, o Ibovespa acompanhou a virada do mercado em Nova York no começo da tarde, com a melhora das ações da Vale reforçando a recuperação na bolsa paulista.
Em Wall St, o S&P 500 avançou 0,99%, também após titubear no começo da sessão, em dia de forte alta dos papéis da Tesla após resultados trimestrais mais fortes do que o esperado, que ajudou a compensar queda em telecomunicação e energia.
Ainda no cenário externo, agentes financeiros também reagiram ao primeiro aumento de juros pelo Banco Central Europeu em mais de uma década, acima do esperado, a fim de controlar inflação desenfreada.
Para a estrategista-chefe da Necton Investimentos, Bruna Marcelino, o mercado avaliou positivamente o movimento do BCE, que finalmente agiu para combater os preços altos na zona do euro, enquanto outros BCs já vinham elevando as taxas de juros.
Com o desempenho desta quinta-feira, o Ibovespa voltou a acumular alta no mês, de 0,5%. Mas, no ano, ainda mostra desvalorização de 5,5%.
Na visão do chefe de análise e sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, há muitas ações de empresas com bons fundamentos com preços descontados, o que explica recuperações no mercado como a verificada nesta sessão.
Ele avalia que a temporada de resultados do segundo trimestre definirá se nos próximos meses o Ibovespa ficará acima ou abaixo dos 100 mil pontos. E um dos focos estará voltado para quem soube melhor gerenciar os custos relacionados à inflação.
A safra de balanços do Ibovespa, que teve início na véspera, com os números da Weg, ganha fôlego na próxima semana, quando estão previstos os números de Petrobras, Suzano e GPA, entre outros.
DESTAQUES
- VALE ON avançou 1,75%, a 68,57 reais, após queda relevante na véspera quando foi pressionada pela reação à divulgação de dados de produção do segundo trimestre e revisão de projeção para o ano. A melhora ocorreu mesmo com a queda em futuros de minério de ferro.
- REDE D'OR ON disparou 7,8%, a 30,53 reais, no terceiro pregão seguido de alta, após atingir na terça-feira uma mínima histórica de fechamento, a 26 reais. Na carona, SULAMÉRICA UNIT, que foi comprada pela Rede D'Or, fechou com elevação de 6,79%, a 22,17 reais.
- B3 ON encerrou em alta de 4,46%, a 11,01 reais, ampliando a recuperação após alcançar na semana passada uma mínima intradia desde março de 2020, a 9,71 reais.
- KLABIN UNIT caiu 3,2%, a 18,46 reais, após anunciar investimento de até 1,567 bilhão de reais na construção de uma fábrica de papelão ondulado em Piracicaba (SP). Analistas do Bradesco BBI consideraram o investimento por tonelada alto. No pior momento, o papel caiu mais de 8%.
- PETROBRAS PN caiu 0,51%, a 29,02 reais, acompanhando a queda dos preços do petróleo no exterior. A estatal ainda reporta dados de produção do segundo trimestre nesta quinta-feira. PETROBRAS ON cedeu 1,1%.
- BRASKEM PNA encerrou com variação negativa de 0,09%, a 34,77 reais, após dados operacionais preliminares que mostraram queda no uso da capacidade de suas centrais petroquímicas no segundo trimestre, diante de paradas de manutenção e problemas de fornecimento.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,81%, a 23,51 reais, e BRADESCO PN valorizou-se 1,35%, a 17,27 reais. Analistas do Goldman Sachs esperam manutenção de crescimento sólido do crédito no segundo trimestre por bancos brasileiros, mas também maiores provisões ano a ano.