UE busca manter apoio à Ucrânia apesar dos danos econômicos
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia buscaram nesta segunda-feira mostrar que o bloco pode manter seu apoio financeiro e militar à Ucrânia, apesar do sério impacto inflacionário nas economias da UE cinco meses após a invasão russa da Ucrânia.
Os ministros das Relações Exteriores devem aprovar outros 500 milhões de euros de financiamento da UE para fornecer armas à Ucrânia, elevando o apoio de segurança do bloco para 2 bilhões de euros desde que as forças russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro. Eles também estão perto de chegar a um acordo sobre a proibição de importação de ouro russo.
"Devemos apoiar a Ucrânia", disse o vice-ministro das Relações Exteriores sueco, Robert Rydberg, ao chegar para a reunião. "A Suécia elevará a importância de se chegar a um acordo sobre um novo pacote de apoio militar à Ucrânia. Também elevaremos a importância de continuar fortalecendo as medidas restritivas contra a Rússia", disse ele, sem entrar em detalhes.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, se dirigirá aos 27 ministros da UE por videoconferência ainda nesta segunda-feira, e diplomatas da UE esperam que ele peça mais sanções, mais armas e uma linha dura contínua contra a Rússia.
"Não vamos parar de apoiar a Ucrânia (ou) de impor sanções à Rússia", disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, que estava presidindo a reunião de segunda-feira, a repórteres na chegada.
Mas após seis rodadas de sanções da UE contra a Rússia, aumento dos preços de alimentos e energia na Europa e uma guerra que nem a Ucrânia nem a Rússia podem vencer facilmente, Borrell disse que está ficando mais difícil manter o senso de urgência.
"Temos que ter paciência estratégica", disse ele, acrescentando que espera um acordo com a Rússia nesta semana para liberar as exportações de grãos ucranianas bloqueadas.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, também pediu aos europeus que mantenham o rumo, dizendo que, mesmo com os governos e Parlamentos saindo para um recesso de verão, "as tropas russas não têm planos de tirar dias livres de atacar a Ucrânia".
O escopo sem precedentes das sanções ocidentais à Rússia inclui um embargo de petróleo, proibição de transações com o banco central da Rússia e congelamento de seus ativos e interrupção de novos investimentos na Rússia.
Mas o presidente russo, Vladimir Putin, reafirmou sua determinação de continuar o que chama de "operação militar especial" na Ucrânia, apesar da destruição de cidades ucranianas e da morte de milhares de pessoas.
A Rússia está se preparando para a próxima etapa de sua ofensiva, disse uma autoridade militar ucraniana no fim de semana, depois que Moscou disse que suas forças intensificariam as operações militares em "todas as áreas operacionais".