Minério de ferro volta a superar US$100 com ação da China para setor imobiliário
Por Enrico Dela Cruz e Sonali Paul
(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura se recuperaram acima da marca de 100 dólares nesta segunda-feira, após a China, maior produtora mundial de aço, tentar aliviar as preocupações relacionadas às dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor imobiliário.
No entanto, temores persistentes com a Covid-19 limitaram os ganhos.
O contrato de agosto do ingrediente siderúrgico na Bolsa de Cingapura subiu 3,7%, a 100,05 dólares a tonelada, recuperando-se de uma baixa de oito meses de 96 dólares alcançada na sexta-feira.
Na Dalian Commodity Exchange da China, o contrato de minério de ferro mais negociado para setembro encerrou as negociações em alta de 2,2%, a 679 iuanes (100,63 dólares) a tonelada, depois de atingir uma baixa de sete meses de 638,50 iuanes.
Outras commodities no complexo ferroso da China também se recuperaram de recentes "selloffs" (vendas). O vergalhão de aço para construção na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 2,1%, e a bobina laminada a quente avançou 3,1%.
Reguladores chineses pediram no domingo que os bancos estendam empréstimos a projetos imobiliários qualificados e atendam às necessidades de financiamento de incorporadoras quando razoáveis, em seus esforços mais recentes para aliviar as preocupações desencadeadas por um crescente boicote ao pagamento de hipotecas em casas inacabadas.
Um número crescente de compradores de imóveis em toda a China ameaçou parar de fazer pagamentos de hipotecas para projetos imobiliários paralisados, agravando uma crise imobiliária que já atingiu a economia.
A turbulência sacudiu os mercados de metais na semana passada. O preço spot de referência do minério com teor de 62% de ferro com destino à China caiu para 100 dólares a tonelada na sexta-feira, o nível mais fraco desde novembro, mostraram dados da consultoria SteelHome. Nesta segunda-feira, subiu 0,5 dólar, a 100,5 dólares por tonelada.
O setor imobiliário da China responde por cerca de um quarto da demanda doméstica de aço.
(Por Enrico Dela Cruz em Manila e Sonali Paul em Melbourne)