Waller vê alta de juros de 0,75 p.p. pelo Fed em julho
Por Ann Saphir
(Reuters) - O diretor do Federal Reserve Christopher Waller disse nesta quinta-feira que apoia outro aumento de 0,75 ponto percentual nos juros na próxima reunião do banco central norte-americano, no final deste mês, mas se inclinaria a favor de um ajuste ainda maior caso dados mostrem que a demanda não está desacelerando rápido o suficiente para esfriar a inflação.
O Fed "está, e deve estar, totalmente focado em reduzir a inflação em direção à nossa meta de 2%", disse Waller em comentários preparados para discurso na Cúpula Econômica de Rocky Mountain, em Victor, Idaho.
"Vou votar por definir a política monetária de uma maneira que reduza a inflação e alcance nossa meta de estabilidade de preços."
Depois que um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA de quarta-feira mostrou que os preços ao consumidor norte-americano dispararam 9,1% em junho, operadores passaram a precificar uma alta de 1 ponto percentual na reunião do Fed em julho.
Mas "os mercados podem ter exagerado um pouco ontem", disse Waller.
Ele disse que a "grande decepção" de quarta-feira com o relatório de inflação consolidou sua própria expectativa de uma repetição neste mês do aumento de juros de 0,75 ponto percentual visto em junho, e acrescentou que precisaria de mais dados e muita discussão com seus colegas para ir além disso.
Após os comentários de Waller, operadores de contratos futuros vinculados à taxa básica do Fed reduziram suas apostas num aumento de 1 ponto percentual completo, passando a ver chances de 50% para esse cenário, ante probabilidade de mais de 80% na quarta-feira.
Waller disse que "se inclinaria a favor um aumento de juros maior" neste mês se dados de vendas no varejo e de habitação e de expectativas de inflação, com divulgação prevista para antes da reunião do Fed, vierem mais fortes do que o esperado.
Os aumentos nos custos dos empréstimos além de julho dependerão de dados, disse ele, acrescentando que defenderá restringir a demanda com novas altas de juros até que o núcleo da inflação --que exclui componentes voláteis, como alimentos e energia-- comece a cair.
Como o mercado de trabalho está muito forte e os dados não mostram sinais de enfraquecimento, ele disse que um "pouso suave" para a economia é "muito plausível" e que uma recessão --inconcebível atualmente, com a taxa de desemprego em 3,6%-- pode ser evitada.