UE corta projeções de crescimento da zona do euro e revisa perspectivas de inflação para cima

Publicado em 14/07/2022 08:34

A Comissão Europeia cortou suas previsões para o crescimento econômico da zona do euro neste ano e no próximo e elevou suas estimativas de inflação nesta quinta-feira, em grande parte devido ao impacto da guerra na Ucrânia.

Em suas previsões trimestrais, Bruxelas confirmou a perspectiva mais pessimista, que já havia discutido com os ministros das Finanças da zona do euro na segunda-feira.

O braço executivo da União Europeia (UE) agora prevê um crescimento de 2,6% neste ano para o bloco monetário de 19 países, um pouco abaixo da taxa de 2,7% que havia previsto em maio.

Mas, no próximo ano, quando o impacto da guerra na Ucrânia e dos preços mais altos da energia pode ser sentido de forma ainda mais aguda, o crescimento deve ser de 1,4%, contra taxa de 2,3% estimada anteriormente.

"Uma tempestade é possível, mas não estamos lá no momento", disse o comissário de economia da UE, Paolo Gentiloni, observando que a queda do euro para a paridade em relação ao dólar é uma grande preocupação, principalmente para as economias em desenvolvimento, mais do que para a zona do euro, porque o euro estava se valorizando em relação a outras moedas importantes.

Para os 27 países da União Europeia, a previsão de crescimento permaneceu em 2,7% para este ano, mas foi revisada a 1,5% para 2023, de 2,3% antes.

Em uma grande mudança, a Comissão também elevou suas estimativas para a inflação da zona do euro, que neste ano deve atingir um pico de 7,6% antes de arrefecer para 4,0% em 2023.

Em maio, a Comissão previa que os preços na zona do euro subiriam 6,1% neste ano e 2,7% em 2023.

Bruxelas alertou que a inflação pode subir ainda mais se os preços do gás dispararem devido a um corte de oferta da Rússia, o que poderia levar a uma nova revisão para baixo no crescimento.

Apesar dos riscos elevados, a Comissão destacou que não espera que a zona do euro caia em recessão, e que as previsões também podem melhorar se as recentes baixas nos preços do petróleo e das matérias-primas continuarem.

O crescimento da Alemanha, a maior economia da UE, deve desacelerar para 1,4% neste ano e 1,3% em 2023. A Comissão previa em maio expansões de 1,6% e 2,4%, respectivamente.

A França deve crescer 2,4% neste ano, em vez dos 3,1% previstos anteriormente. No ano que vem, a expansão provavelmente desacelerará ainda mais, para 1,4%, contra taxa de 1,8% prevista em maio.

Entre as três maiores economias do bloco, a Itália é a única cujo crescimento deste ano foi revisado para cima, a 2,9%, em vez dos 2,4% estimados em maio. No entanto, espera-se que o país experimente uma desaceleração acentuada em 2023, quando deve avançar apenas 0,9%, menor taxa da zona do euro e abaixo da previsão anterior de 1,9%.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined