Ibovespa passa a subir puxado por Ambev, apesar de inflação mais forte nos EUA
O Ibovespa ensaiava melhora nesta quarta-feira, com as ações da Ambev entre os principais suportes, apesar de dado que mostrou que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou no mês passado acima do esperado.
Às 12:02, o Ibovespa subia 0,43%, a 98.697,81 pontos. O volume financeiro somava 7,1 bilhões de reais, em sessão ainda marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o índice.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor subiu 1,3% no mês passado, após avançar 1,0% em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 1,1% do índice.
Nos 12 meses até junho, os preços ao consumidor saltaram 9,1%, de 8,6% em maio, maior avanço desde novembro de 1981.
"Tanto a taxa em si como a composição do índice são bastantes negativas para a trajetória da inflação nos EUA", afirmou o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel.
Investidores têm monitorado atentamente dados da inflação norte-americana, buscando calibrar as apostas em torno das possíveis estratégias do Federal Reserve para a taxa de juros dos EUA e seus impactos sobre a economia global.
Na visão do JPMorgan, os números sobre os preços ao consumidor do mês passado devem manter a pressão sobre o banco central norte-americano, para que seja agressivo na reunião do final do mês, conforme relatório a clientes.
"Achamos que uma alta de 50 pontos base na reunião de julho parece muito improvável neste momento, e vemos uma chance de que eles apertem ainda mais do que nossa projeção para uma alta de 75 pontos", disse o economista do banco Daniel Silver.
Wall Street também se afastou das mínimas, com o S&P 500 mostrando decréscimo de apenas 0,3%, que ajudava o Ibovespa.
Também no radar no mercado brasileiro estavam as vendas no varejo em maio que desaceleraram o ritmo de crescimento, ficando aquém das expectativas, no pior desempenho para o mês desde 2019.
DESTAQUES
- AMBEV ON subia 5,7% após relatório do JPMorgan que elevou recomendação dos papéis para "overweight", bem como o preço-alvo para 17 reais, citando entre os argumentos o arrefecimento nos preços de commodities, que deve beneficiar margens.
- LOJAS RENNER ON avançava 2,7%, uma vez que dados sobre as vendas no varejo do Brasil mostraram melhora no ritmo de crescimento no segmento de vestuário e calçados, na contramão do índice cheio, que desacelerou. CIELO ON, também sensível aos dados, caía 2,3%
- NATURA&CO ON valorizava-se 2,8%, buscando dar continuidade aos ganhos do último pregão e manter a trajetória de recuperação neste mês, após um três meses seguidos de baixa, acumulando no período uma desvalorização de 48%.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,5%, revertendo as perdas do começo da sessão, enquanto BRADESCO PN ainda cedia 0,4%.
- HAPVIDA ON caía 2,2%, em sessão negativa para o segmento de saúde na bolsa, com REDE D'OR ON perdendo 2,95% e QUALICORP ON em queda de 1,44%.
- B3 ON recuava 0,85%, mais uma vez entre as maiores pressões negativas do Ibovespa, após dados recentes mostrarem queda no volume médio diário negociado nos segmentos de ações e de derivativos ano a ano. Números preliminares de julho mantêm a tendência no segmento de ações.
- VALE ON subia 0,4%, em dia de recuperação dos preços do minério de ferro na Ásia, depois que dados mostraram que as exportações da China cresceram em um ritmo mais rápido do que o esperado em junho.
- PETROBRAS PN valorizava-se 0,8%, também oferecendo um suporte relevante, acompanhando a melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha elevação de 0,5%.