Ibovespa fecha quase estável com varejistas freando pressão de Petrobras
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta terça-feira, quando o forte avanço de ações de consumo, principalmente varejistas, compensou a pressão negativa de Petrobras, na esteira do tombo dos preços do petróleo no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,06%, a 98.271,21 pontos, após cair a 97.253,19 pontos no pior momento e alcançar 98.736,56 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro totalizou cerca de 19,7 bilhões de reais.
De acordo com o analista da Clear Corretora Leandro De Checchi, a bolsa abriu pressionada pela aversão a risco global e a retomada dos lockdowns na China, que afetaram os índices acionários no exterior e commodities. Mas no final da manhã o Ibovespa mostrou alguma recuperação, com varejistas em destaque.
Ele chamou a atenção para a divulgação de dados de vendas do varejo brasileiro de maio na quarta-feira. "O mercado parece antecipar em alguma medida o dado, pois demonstrou demanda pelas ações do setor desde a semana passada", avaliou.
A pauta externa também estará sob os holofotes no próximo pregão, com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos do mês passado.
O risco de o Federal Reserve precisar ser muito agressivo em sua política monetária para combater a alta dos preços nos EUA, que se encontra no maior nível em 40 anos, tem preocupado agentes financeiros por causa da chance de uma recessão na maior economia do mundo.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA ON disparou 11,41%, ampliando a recuperação em julho, com o papel já acumulando elevação de 25%, após três meses seguidos de queda, em que acumulou declínio de mais de 65%. Entre as rivais, VIA ON saltou 9,44% e AMERICANAS ON avançou 8,26%.
- NATURA&CO ON valorizou-se 7,56%, também entre os destaques do setor de consumo na bolsa, com o índice dessas ações na B3 subindo 0,71%.
- PETROBRAS PN recuou 1,5% e PETROBRAS ON cedeu 1,96%. No exterior, o petróleo Brent caiu 7,1%, fechando abaixo de 100 dólares o barril, com o fortalecimento do dólar, as restrições da Covid-19 na China e os crescentes temores de uma desaceleração econômica global.
- VALE ON reverteu as perdas e subiu 0,3%, apesar do declínio dos preços do minério de ferro na Ásia.
- B3 ON caiu 2,14%, tendo de pano de fundo dados divulgados pala empresa de infraestrutura de mercado mostrando queda na média de volumes negociados em junho tanto no segmento de ações como em derivativos na comparação ano a ano.
(Por Paula Arend Laier; edição Aluísio Alves e André Romani)