Ibovespa fica em cima do muro em dia de payroll e IPCA

Publicado em 08/07/2022 11:56 e atualizado em 08/07/2022 12:57

O Ibovespa não mostrava uma tendência definida nesta sexta-feira, após alta de 2% na véspera, tendo no radar dados sobre a criação de empregos nos Estados Unidos, que corroboraram apostas de manutenção no ritmo de alta dos juros pelo Federal Reserve.

Investidores na bolsa paulista também repercutiam números sobre inflação no Brasil, além do adiamento da votação da PEC dos Benefícios no plenário da Câmara dos Deputados.

Às 11:36, o Ibovespa subia 0,22%, a 100.946,99 pontos. Mais cedo, na máxima, subiu a 101.576,67 pontos. No pior momento, bateu 100.299,58 pontos. O volume financeiro somava 5,2 bilhões de reais. Com tal desempenho, o Ibovespa acumula na semana acréscimo de 2%.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou a criação de 372 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, acima do previsto, embora desacelerando ante maio. O ganho médio por hora subiu 0,3% e a taxa de desemprego seguiu em 3,6%.

Em Wall Street, o S&P 500 também mostrava certa hesitação, uma vez que o dado de emprego corroborou aposta na direção de outro aumento de 0,75 ponto percentual da taxa de juros norte-americana pelo banco central dos EUA neste mês.

Para o analista da Terra Investimentos Régis Chinchila, os números do "payroll" sugerem que a pressão inflacionária deve persistir por um bom tempo, o que é ruim. Mas, acrescentou, a política contracionista do Fed ainda está no começo.

Em relação ao desempenho do Ibovespa, ele disse que está tentando se descolar de Nova York, buscando apoio no IPCA abaixo do previsto e com investidores atentos as baixas dos preços administrados - principalmente combustíveis - à frente.

Ele destacou que um alívio no comportamento dos administrados pode reduzir a pressão inflacionária e quem sabe permitir que o foco se volte ao final de ciclo de alta da Selic.

De acordo com o IBGE, o IPCA acelerou a alta a 0,67% em junho, de 0,47% em maio, mas ficou abaixo do esperado no mercado (+0,70%). Em 12 meses, atingiu 11,89%.

"Não enxergamos deterioração adicional, mas núcleos e medidas subjacentes apontam persistência da pressão inflacionária", afirmou o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, em comentário a clientes.

DESTAQUES

- AZUL PN tinha acréscimo de 6,5%, buscando se recuperar de perdas mais fortes no meio da semana. A equipe da Genial citou em comentário a clientes que mantém uma visão positiva para a empresa, estimando que os yields devem seguir subindo no segundo trimestre, principalmente devido ao seu maior poder de aumento de tarifa devido à baixa competição em suas rotas. No setor, GOL PN avançava 4,7%.

- 3R PETROLEUM ON subia 2,2%, tendo ainda no radar assinatura com a PetroReconcavo de memorando para compartilhar instalações e recursos relacionados aos seus ativos de produção de petróleo e gás natural, nas bacias Potiguar e do Recôncavo. PETRORECONCAVO ON avançava 3%.

- CVC BRASIL ON caía 2,3%, em meio a ajustes após forte valorização na quinta-feira, quando fechou em alta de mais de 10%, acumulando no mês até então um ganho de mais de 7%. No mês passado, os papéis caíram 36%.

- CSN ON recuava 2%, também corrigindo parte dos ganhos expressivos da véspera, quando encerrou o pregão com elevação de 5,3%. Outras ações de siderurgia também passavam por ajustes - USIMINAS PNA cedia 1,1% e GERDAU PN caía 0,2%. Entre as mineradoras, VALE ON perdia 0,9% e CSN MINERAÇÃO ON subia 1,35%.

- PETROBRAS PN valorizava-se 0,7%, em mais uma sessão positiva para o setor, com a trajetória positiva do petróleo no exterior. O barril do Brent subia 0,9%.

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha acréscimo de 0,3%, após acordo para a aquisição do controle da Avenue, corretora que fornece aos brasileiros acesso aos mercados estrangeiro. O Itaú pagará inicialmente 493 milhões de reais por 35% da Avenue, valor que inclui um aporte de capital de 160 milhões de reais e compra secundária de ações. No setor, BRADESCO PN mostrava elevação também de 0,3%.

- ENEVA ON ganhava 2,3%, ajudada por relatório do Bank of America. O banco elevou preço-alvo das ações de 16 para 18 reais, com recomendação de "compra", destacando entre os argumentos as oportunidades "únicas" de crescimento da companhia de energia nos próximos 24 meses.

Fonte: Reuters

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