Balanços de bancos devem revelar quadro atual do financiamento imobiliário nos EUA

Publicado em 08/07/2022 10:45 e atualizado em 08/07/2022 12:52

Analistas e economistas norte-americanos devem avaliar como os negócios de financiamento imobiliário dos bancos se saíram no segundo trimestre, à medida que as elevações nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) continuam a prejudicar as originações e refinanciamentos.

Os grandes bancos dos Estados Unidos começarão a divulgar seus balanços referentes ao período de abril a junho, historicamente um período de compra de imóveis no país, em 14 de julho.

Depois de contratar dezenas de milhares de funcionários entre 2018 e 2020 para lidar com as crescentes originações e refinanciamentos de hipotecas impulsionados por baixas taxas de juros, o setor está diminuindo. Bancos norte-americanos, incluindo JPMorgan Chase e Wells Fargo, começaram a cortar funcionários, com mais demissões no segmento esperadas nos próximos meses, disseram analistas e economistas.

"No próximo mês ou dois, veremos a maior parte das demissões", disse Doug Duncan, economista-chefe da Fannie Mae. "Geralmente, há um intervalo de cerca de seis meses entre uma virada no mercado e as demissões."

As taxas de juros dos empréstimos para financiamento de imóveis subiram para o maior nível em 14 anos em junho, depois que o Fed aumentou os juros da economia em 0,75 ponto percentual. A taxa média de uma hipoteca de taxa fixa de 30 anos, o empréstimo imobiliário mais comum nos EUA, era de 5,3% em 7 de julho, acima dos 2,9% do ano anterior, segundo Freddie Mac.

Os economistas da Fannie Mae projetam que as vendas totais de casas cairão 13,5% este ano e que as originações de hipotecas cairão quase 42%, para 2,6 trilhões de dólares.

BANCOS ENCOLHEM

O Wells Fargo, o maior banco do setor de hipotecas norte-americano, demitiu funcionários em abril e junho, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. O JPMorgan também desligou funcionários em junho, disse outra pessoa com conhecimento dos planos da instituição. As fontes não forneceram números.

O negócio de hipotecas respondeu por 6% e 2% da receita total do Wells Fargo e do JPMorgan, respectivamente, no ano passado, segundo dados compilados por Cassidy, da RBC.

No primeiro trimestre, o Wells Fargo registrou uma queda de 33% na receita de financiamento imobiliário em relação ao ano anterior, enquanto o JPMorgan disse que a receita líquida de empréstimos à habitação caiu 20%. Essa queda deve continuar no segundo trimestre.

Em junho, executivos do Wells Fargo disseram em duas conferências que a instituição planeja reduzir o negócio de hipotecas e que os investidores devem esperar uma receita do segmento no segundo trimestre 50% abaixo dos níveis do primeiro trimestre.

O Bank of America foi o único grande banco a relatar que a receita de hipotecas em toda o grupo aumentou quase 8% no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período de 2021. Os executivos atribuíram isso ao crescimento dos empréstimos e a menos clientes pagando antecipadamente os financiamentos, o que muitos vinham fazendo durante momentos mais críticos da pandemia.

Os bancos citados não comentaram porque estão em período de silêncio.

Fonte: Reuters

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