BC da China reduz oferta de dinheiro e sugere saída do modo de crise
O banco central da China fez seu maior saque em dinheiro do sistema financeiro em três meses esta semana, levantando a suspeita do mercado de que as autoridades estão saindo gradualmente do afrouxamento monetário do período de crise da Covid-19.
As autoridades chinesas intensificaram a flexibilização monetária no segundo trimestre deste ano para combater o pior surto de Covid-19 em dois anos, mas os sinais recentes de recuperação econômica podem permitir que eles normalizem a política monetária e evitem divergências maiores em relação a outras grandes economias que têm aumentado agressivamente as taxas de juros, disseram os operadores e analistas.
O Banco do Povo da China cortou sua injeção diária de dinheiro para um mínimo de 3 bilhões de iuanes via operações de mercado aberto esta semana, resultando em uma drenagem líquida semanal de 385 bilhões de iuanes (57,46 bilhões de dólares), a maior retirada desde o início de abril, quando o centro financeiro de Xangai entrou em um lockdown de dois meses para conter a propagação do vírus.
"A política monetária voltou ao normal ante o um modo de resposta à crise", disse Ming Ming, economista-chefe da CITIC Securities.
O banco central reduziu o volume de dinheiro que os bancos precisam manter como reserva em abril e baixou o referencial utilizado para a fixação de preços de hipotecas em maio para estimular a economia. Mais recentemente, os dados do setor de manufatura e serviços surpreenderam para o lado positivo.
"Olhando para o futuro, pensamos que a autoridade monetária será cuidadosa e dependente de dados para calibrar seu estímulo", disseram analistas do Citi uma nota, prevendo outras reduções de juros nos próximos meses.