Ucrânia pede medidas para desbloquear portos e evitar crise alimentar global

Publicado em 10/05/2022 09:19

Por Pavel Polityuk

KIEV (Reuters) – O presidente da Ucrânia disse nesta segunda-feira que o comércio nos portos do país está paralisado e pediu à comunidade internacional que tome medidas imediatas para acabar com o bloqueio russo para permitir embarques de trigo e evitar uma crise alimentar global.

Volodymyr Zelenskiy fez os comentários depois de falar com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que estava visitando Odesa –o principal porto do Mar Negro para exportação de produtos agrícolas, onde mísseis atingiram locais turísticos e destruíram edifícios na segunda-feira.

“Pela primeira vez em décadas e décadas, em Odesa não há movimento regular da frota mercante, não há trabalho rotineiro no porto. Isso provavelmente nunca aconteceu em Odesa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse Zelenskiy em um discurso em vídeo.

“E isso é um golpe não apenas para a Ucrânia. Sem nossas exportações agrícolas, dezenas de países em diferentes partes do mundo já estão à beira da escassez de alimentos. E com o tempo, a situação pode se tornar, francamente, assustadora.”

A Ucrânia foi o quarto maior exportador mundial de milho na temporada 2020/21 e o sexto maior exportador de trigo, segundo dados do Conselho Internacional de Grãos. Mas quase 25 milhões de toneladas de grãos estão agora presos na Ucrânia, disse um porta-voz da agência de alimentos da ONU na sexta-feira.

“Medidas imediatas devem ser tomadas para desbloquear os portos ucranianos para as exportações de trigo”, disse Zelenskiy anteriormente em seu canal de mensagens no Telegram.

Ele não especificou quais medidas estava buscando. Os países da Otan, incluindo os Estados Unidos, descartaram a intervenção armada por medo de desencadear uma guerra mais ampla.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que visitou Kiev no domingo, disse que seu país ajudaria a Ucrânia a encontrar opções sobre como exportar grãos armazenados.

(Por Pavel Polityuk, com reportagem adicional de Max Hunder em Kiev e Ronald Popeski em Winnipeg)

Fonte: Reuters

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