Bolsonaro discute com Guedes reajuste a servidores e busca solução de impasse

Publicado em 13/04/2022 17:39

Por Bernardo Caram e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro convocou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para reunião no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira na tentativa de solucionar o impasse em torno da mobilização de servidores públicos que pressionam por reajustes salariais, informaram à Reuters três fontes do Ministério da Economia.

Um dos membros da pasta ressaltou que havia a expectativa de que o encontro com o presidente levasse a uma decisão sobre o assunto. As três fontes afirmaram, no entanto, que até o meio da tarde o tema ainda estava indefinido.

De acordo com uma das autoridades, a “bola da vez” nas negociações é a ideia de conceder um reajuste linear de 5% a todo o funcionalismo federal a partir de julho, medida que pode custar cerca de 6 bilhões de reais para seis meses de vigência neste ano.

Essa mesma fonte ponderou que tem havido muitas idas e vindas em relação às alternativas colocadas sobre a mesa e que é necessário aguardar o fim das reuniões para observar se surgirá uma sinalização concreta.

O funcionalismo está há dois anos sem reajuste salarial. Além do reajuste linear, o governo tem discutido mais duas alternativas para atender de alguma forma aos servidores neste ano eleitoral.

A ideia com maior concordância do Ministério da Economia prevê a concessão de 400 reais adicionais de auxílio-alimentação por mês a todos os servidores federais, medida que alcançaria apenas servidores ativos e, proporcionalmente, beneficiaria mais aqueles com salários menores.

A iniciativa consumiria a verba de 1,7 bilhão de reais anteriormente reservada no Orçamento deste ano para conceder reajustes a carreiras da segurança pública.

Outra opção seria usar o valor de 1,7 bilhão de reais para dar reajuste a algumas carreiras específicas, o que poderia incluir policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários, além de carreiras que estão fazendo paralisações, como as da Receita Federal e do Banco Central.

Se, ao fim das discussões, o governo optar por conceder o reajuste linear, será necessário encontrar espaço no teto de gastos para acomodar essa despesa. Como a margem para reajustes neste ano está definida em 1,7 bilhão de reais, o gasto adicional apenas poderá ser feito se o governo revisar despesas obrigatórias ou cortar outras verbas de ministérios.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações fecham em baixa e Nasdaq confirma correção com mais temores de recessão nos EUA
Após se aproximar de R$5,80, dólar perde força com exterior e fecha em baixa
Ibovespa flerta com 128 mil pontos, mas fecha em queda com receios sobre economia dos EUA
Conselho Eleitoral da Venezuela ratifica vitória de Maduro; oposição mantém solicitação de atas
Taxas futuras de juros desabam em sintonia com Treasuries e refletindo chance menor de alta da Selic
Kamala alcança número necessário de delegados para se tornar candidata presidencial democrata