Mercados emergentes sofrem saídas de US$9,8 bi em março, mas fluxo para América Latina é o maior desde julho

Publicado em 05/04/2022 11:58

Os mercados emergentes sofreram seus primeiros fluxos de saída de portfólio em um ano em março, com investidores abandonando ativos chineses e cada vez mais ansiosos com os recentes eventos geopolíticos, mostrou um relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) nesta terça-feira.

Mas, regionalmente, a América Latina registrou entrada líquida de 10,8 bilhões de dólares, em comparação com ingresso de 7,7 bilhões de dólares em fevereiro passado e saída de 5,7 bilhões de dólares em março de 2021. Os dados mostraram que esse foi o maior fluxo positivo para a região desde julho de 2021.

As saídas líquidas de carteiras de mercados emergentes como um todo chegaram a 9,8 bilhões de dólares em março, após captação de 13,3 bilhões de dólares em fevereiro. As ações perderam 6,7 bilhões de dólares, enquanto as vendas de títulos totalizaram 3,1 bilhões de dólares.

O IIF afirmou que as saídas da China --no valor de 11,2 bilhões de dólares no mercado de títulos e de 6,3 bilhões nas ações-- são uma "dinâmica sem precedentes que sugere uma rotação de mercado" para longe dos ativos da segunda maior economia do mundo. Esta é a primeira vez que a China registra saídas líquidas de suas ações desde setembro de 2020.

Os mercados emergentes excluindo a China registraram aportes líquidos de 8,2 bilhões de dólares no mercado de dívida e saída marginal de menos de 400 milhões de dólares nas ações. O relatório de março não incluiu números específicos para a Rússia.

"À frente, vemos uma maior volatilidade na dinâmica dos fluxos, já que alguns países atingiram o fundo do poço e podem se beneficiar dos preços mais altos das commodities, mas também podem estar muito expostos a fatores de risco", disse Jonathan Fortun, economista do IIF, em comunicado.

(Reportagem de Jorgelina do Rosario)

 

Fonte: Reuters

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