Inflação dos EUA deve acelerar ainda mais com intensificação de impacto da guerra na Ucrânia

Publicado em 07/03/2022 15:20

Por Lindsay Dunsmuir

(Reuters) - A invasão da Ucrânia pela Rússia acabou com qualquer esperança que os consumidores dos Estados Unidos tinham de alívio na disparada dos custos, com os preços nas bombas de gasolina subindo ao ritmo mais rápido em quase 17 anos na última semana e outros bens, como alimentos, também prestes a saltar.

Mesmo antes da invasão, já era esperado que o próximo relatório mensal de inflação dos EUA, que será divulgado na quinta-feira, mostrará os preços subindo ao ritmo mais rápido em 40 anos.

Os dados, que são referentes a fevereiro, provavelmente mostrarão apenas um impacto preliminar do aumento dos preços do petróleo, que atingiu mais de 130 dólares o barril nesta segunda-feira, mas o salto deva alimentar a inflação geral nos próximos meses.

"Havia expectativas de que fevereiro seria o pico da inflação anual, mas o choque na Ucrânia já está elevando os preços da gasolina para março", disse Tim Duy, economista da SGH Macro Advisors.

Os acontecimentos também vêm num momento difícil para o governo Biden, já criticado pelos custos crescentes de aluguéis, eletricidade e alimentos, à medida que a economia lida com o impacto da pandemia de Covid-19.

As autoridades do Federal Reserve, banco central dos EUA, também acompanharão atentamente a leitura de inflação, que será divulgada pouco menos de uma semana antes da reunião em que o Fed deve aumentar os juros em 0,25 ponto percentual, iniciando um ciclo de aperto monetário destinado a reduzir a inflação, mas sem atrapalhar a expansão econômica.

Economistas consultados pela Reuters preveem que o índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior em fevereiro, ante taxa de 7,5% em janeiro. A taxa mensal deve ter acelerado a 0,8% após alta de 0,6% no mês anterior.

O preço médio da gasolina comum sem chumbo nos EUA estava em 4,065 dólares o galão (3,8 litros) nesta segunda-feira, de acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA), apenas cerca de 5 centavos abaixo de seu pico recorde. O aumento na última semana, de cerca de 45 centavos de dólar por galão, foi o maior desde 2005, disse a AAA.

Fonte: Reuters

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