Alta de preços ao produtor na China batem recorde em setembro e apresenta dilema a autoridades

Publicado em 14/10/2021 07:45 e atualizado em 14/10/2021 08:43

A inflação dos preços ao produtor na China atingiu um recorde em setembro devido ao aumento dos custos das commodities, mas a demanda fraca limitou a inflação ao consumidor, deixando as autoridades com o dilema entre dar suporte à economia e alimentar mais os preços ao produtor.

O índice de preços ao produtor subiu 10,7% em setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira, maior alta desde que a agência começou a compilar os dados em 1996.

Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam um avanço de 10,5%, depois de alta de 9,5% em agosto.

Os preços ao produtor têm subido devido a restrições de produção provocadas por uma crise energética na China e meses de avanço nos preços globais de commodities. Mas as empresas chinesas têm se mostrado relutantes em repassar os custos mais altos aos clientes locais devido às encomendas já fracas.

Dados desta quinta-feira mostraram que a inflação ao consumidor enfraqueceu a 0,7% em setembro sobre o ano anterior, de 0,8% em agosto e expectativa de avanço de 0,9%, pressionada pela demanda fraca por bens como vestuário e eletrodomésticos, bem como pela queda nos preços de alimentos.

Tang Jianwei, analista chefe de macroeconomia da BOCOM, disse que o cenário misto de inflação da China apresenta um dilema para as autoridades monetárias do país.

"De um lado, a demanda doméstica relativamente fraca exige um certo grau de afrouxamento para sustentar a recuperação e, por outro lado, os preços ao produtor em alta recorde restringem o espaço para afrouxamento", disse ele.

Dando sustentação aos preços ao produtor, os preços globais das commodities saltaram nos últimos meses diante da demanda elevada por carvão e metais conforme as economias reabrem. Escassez de mão de obra e gargalos de transporte também elevam os preços globalmente.

Na China, os cortes de energia em setembro prejudicaram a produção nas indústrias de cimento, aço e alumínio, e chegaram a interromper a produção em várias fábricas.

Fonte: Reuters

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