PEC dos Precatórios pode incluir aval do CNJ em nova fórmula, diz Fux

Publicado em 26/08/2021 13:20

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse nesta quinta-feira que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o rito de pagamento dos precatórios poderá incluir o aval do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a nova modalidade de pagamentos das dívidas reconhecidas pelo governo em decisões judiciais.

Em evento da XP Investimentos, Fux --que também preside o CNJ-- explicou que a ideia é que, após a inclusão das novas atribuições do conselho em relação ao pagamento dos precatórios na emenda constitucional, se for aprovada pelo Congresso, o colegiado vai expedir um ato normativo prevendo a nova política de pagamento desses passivos pela União.

Segundo o magistrado, o CNJ baixaria uma resolução para ser seguida de maneira uniforme por todos os tribunais. Ele disse que solução semelhante será seguida com o pagamento de precatórios dos Estados.

"É preciso verificar se essa solução pode ser encartada em uma emenda constitucional", disse ele, citando que conversou recentemente sobre o assunto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas ainda não tratou com os demais ministros do STF. Segundo ele, parte do governo considera essa proposta palatável.

Atualmente, cabe ao CNJ a gestão do pagamento dos precatórios no país.

Enviada pelo governo e em tramitação na Câmara, a PEC dos Precatórios divide em dez parcelas o pagamento dos precatórios de mais de 66 milhões de reais e impõe uma limitação provisória dos pagamentos anuais de precatórios a 2,6% da receita corrente líquida, o que também sujeitará precatórios entre 66 mil reais e 66 milhões de reais a eventual parcelamento. Pelo texto, os precatórios de até 66 mil reais serão integralmente quitados.

PRIORIDADES

No evento, o presidente do Supremo disse que o pagamento dos precatórios devem atender, de forma prioritária, aqueles de menor valor, os de natureza alimentícia e que ocorra um "microparcelamento" se for necessário, tendo o governo fontes para custeá-la.

"Grande regra é o seguinte, calote nunca mais", disse, citando que os pagamentos têm de estar dentro da lei do teto de gastos.

"Nossa preocupação não é só garantir a governabilidade", afirmou. "É também sermos no mercado internacional vistos como um país que cumpre as suas obrigações", emendou.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined