Após superar R$5,30, dólar passa a cair após BC vender swap pela 1ª vez desde março

Publicado em 08/07/2021 16:38

O dólar abandonou a firme alta de mais cedo e passou a cair nesta quinta-feira, com o mercado fortemente influenciado pela venda de meio bilhão de dólares pelo Banco Central via swaps cambiais, a primeira oferta líquida do tipo desde março e ocorrida após a cotação saltar acima de 5,30 reais no fim da manhã.

Às 13h31, o dólar à vista recuava 0,19%, a 5,2291 reais na venda.

O rali de mais cedo ocorreu em sintonia com a liquidação de moedas e outros ativos de risco nesta quinta, em meio a receios sobre o ritmo da recuperação econômica global. O clima político mais arisco no Brasil também se somou à pressão, e o dólar chegou a ensaiar a oitava alta consecutiva.

O BC anunciou a operação de venda de swaps às 11h40 (de Brasília), exatamente quando o dólar bateu a máxima da sessão (5,3146 reais, alta de 1,44%).

Imediatamente depois a moeda despencou, indo a 5,2780 reais. Na sequência, o dólar seguiu perdendo força e após a divulgação do resultado do leilão passou a mostrar queda de 0,37%, a 5,2196 reais, mínima da sessão.

"O dólar operando acima de 5,30 reais chamou a atenção do BC", disse Vitor Péricles, estrategista-chefe da Laic Asset Management. "(O BC) está atuando com derivativos (swaps) para conter volatilidade", completou.

A última vez que o BC havia anunciado oferta líquida de swaps cambiais fora em 12 de março, quando o dólar estava na casa de 5,55 reais.

Péricles lembrou ainda a desvalorização do real desde que o dólar tocou a mínima de junho, em torno de 4,90 reais, patamar considerado por ele como "eufórico". "O mercado é que havia exagerado para baixo de 5,00 reais", disse.

Pelo dólar futuro, entre a mínima da moeda dos EUA de 25 de junho (4,896 reais) e o pico desta quinta (5,327 reais), o real depreciou 8,1% (o dólar subiu 8,8%).

No mercado, a intervenção do BC no câmbio levantou questionamentos sobre eventual aceleração do ritmo de alta da Selic na reunião do Copom de 3 e 4 de agosto. Pelo entendimento de parte dos agentes financeiros, o BC deixou na última ata do Copom espaço aberto para intensificação no processo de normalização monetária, com eventual alta de 1 ponto percentual da Selic.

Com a atuação do BC, o real passou a ficar no meio da tabela de desempenho entre 33 pares do dólar, depois de estar entre as piores posições. A moeda brasileira tinha no fim da manhã a melhor performance dentre seus pares mais próximos, que ainda sofriam com a fuga de ativos de risco que derrubava ainda os mercados de ações no mundo.

O iene e o franco suíço, tradicionais ativos de segurança, saltavam 0,7% e 1,1%, respectivamente, no topo dos mercados globais de câmbio nesta sessão.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil