Valor médio do Bolsa Família deve ficar abaixo de R$300, dizem fontes

Publicado em 21/06/2021 12:08

A base de beneficiários do Bolsa Família deve ser elevada para cerca de 17 milhões de pessoas e o valor médio pago pelo governo também vai subir, mas provavelmente ainda ficará abaixo de 300 reais, disseram à Reuters fontes próximas às discussões.

Os estudos sobre a ampliação da base e do valor do benefício estão sendo feitos pelos ministérios da Cidadania e da Economia a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

“O desafio é encontrar a origem dos recursos sem furar o teto (de gastos)", disse uma fonte em condição de anonimato. "Cada real pra cá ou pra lá faz uma enorme diferença na conta final."

O valor médio pago hoje aos beneficiários do programa Bolsa Família é de 190 reais mensais --existem variações de acordo com o tamanho da família e a idade das crianças. Recentemente, Bolsonaro afirmou que esse valor médio deveria subir para 300 reais a partir de dezembro.

No entanto, as fontes disseram que o patamar citado pelo presidente não deve ser atingido. A equipe econômica já havia fechado as contas em um reajuste para 250 reais, em média --valor que poderia ser pago sem romper o teto de gastos e sem cortar outros programas, como exigia o presidente.

"Essa é uma matéria sob exame mas, inicialmente, deve ser menos (que 300 reais)", disse a fonte.

Em relação ao aumento no total de contemplados com o benefício social há quase um consenso, segundo as fontes, de que o número chegará perto de 17 milhões, ante os atuais 14,6 milhões.

“Isso sim já está quase certo, cerca de 17 milhões, algo como 16,7 milhões", disse a segunda fonte.

Sobre o valor, essa fonte disse "há uma afobação para acertar o valor". "Mas pode ficar entre 250 e 284 reais“, acrescentou.

As novas bases e valores do Bolsa Família devem entrar em vigor entre o fim do ano e o início de 2022, após o fim do pagamento do auxílio emergencial, que, reeditado em abril com a previsão de pagamento de quatro parcelas mensais, deve ser renovado por mais dois ou três meses, segundo o governo.

O Ministério da Economia afirmou, por meio de sua assessoria, que pedidos de comentários sobre o benefício deveriam ser encaminhados ao Ministério da Cidadania, que não respondeu de imediato.

Fonte: Reuters

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