Rússia eleva juros a 4,5% em meio a riscos inflacionários e geopolíticos
O banco central da Rússia elevou sua taxa básica de juros a 4,5% nesta sexta-feira em meio a riscos inflacionários e geopolíticos, e sinalizou que mais altas podem acontecer.
A decisão de elevar os juros da mínima recorde de 4,25% foi contra as expectativas em pesquisa da Reuters de que o banco central deixaria inalterado o custo dos empréstimos pela última vez antes de entrar em um ciclo de alta.
"O balanço de riscos mudou para inflacionário...O Banco da Rússia mantém aberta a perspectiva de mais aumentos na taxa básica em suas próximas reuniões", disse o banco central em comunicado.
A medida do banco central acontece após recente depreciação do rublo devido a temores de sanções. Ela está em linha com seus pares no Brasil e Turquia, que fizeram altas agressivas nos juros esta semana.
A moeda russa caiu esta semana depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o mandatário russo, Vladimir Putin, "pagará um preço" pelos esforços em interferir na eleição presidencial de 2020, algo que o Kremlin nega.
"Riscos pró-inflacionários no curto prazo também estão conectados com uma volatilidade mais forte nos mercados globais, devido a vários acontecimentos geopolíticos, entre outros fatores, o que pode ter um efeito sobre a taxa de câmbio e as expectativas de inflação", disse o banco central.
O banco central disse que a inflação, sua principal responsabilidade, retornará à meta de 4% apenas na primeira metade de 2022, mais tarde do que o esperado anteriormente.
A inflação anual estava em 5,8% em 15 de março, mas deve desacelerar em breve, disse o banco.
O banco central havia cortado os juros em 2020, com o último corte em julho, conforme a economia sofria o impacto da queda nos preços do petróleo, principal exportação da Rússia. A pandemia de coronavírus também afetou a economia, que deve se recuperar este ano.