Itália determina lockdown no Natal e Ano Novo para evitar aumento da Covid; Brasil registra 823 novas mortes
ROMA (Reuters) - A Itália será colocada sob lockdown nacional durante grande parte do feriado de Natal e Ano Novo, disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte nesta sexta-feira, em uma tentativa do governo de evitar um novo aumento de casos de coronavírus.
O anúncio encerrou dias de indecisão e disputas dentro da coalizão, que estava dividida entre aqueles que queriam o confinamento total e aqueles que pressionavam por ações mais limitadas para ajudar empresas em dificuldades e permitir algumas reuniões familiares.
Sob as novas regras, lojas não essenciais serão fechadas entre 24 e 27 de dezembro, 31 de dezembro e 3 de janeiro, além de 5 e 6 de janeiro. Nesses dias, os italianos só poderão viajar por motivos de trabalho, saúde ou emergência.
As lojas poderão abrir entre 28 e 30 de dezembro e em 4 de janeiro e as pessoas terão liberdade para deixar suas casas nesse período. No entanto, durante a temporada de festas, todos os bares e restaurantes terão que permanecer fechados.
A Itália registrou na sexta-feira 674 mortes pela Covid-19 e mais 17.992 infecções nas últimas 24 horas, totalizando, desde o início da pandemia, 67.220 mortes e 1.921.778 casos, segundo o Ministério da Saúde italiano.
Brasil registra 823 novas mortes por Covid-19 e total atinge 185.650
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou sexta-feira 823 novas mortes em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 185.650, informou o Ministério da Saúde.
Também foram notificados 52.544 novos casos da doença provocada pelo coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país atingindo 7.162.978, segundo o ministério.
As cifras desta sexta representam quedas em relação aos dois dias anteriores, quando o Brasil registrou as maiores contagens de casos desde o início da pandemia --com cerca de 70 mil infecções confirmadas em cada um dos dias--, e viu os números de mortes voltarem a girar em torno de mil.
Enfrentando um repique da doença, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.
Estado brasileiro mais afetado pela doença, São Paulo atingiu nesta sexta as marcas de 1.371.653 casos e 44.878 mortes.
Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas (488.934 casos, 11.009 mortes), mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados (402.480 casos, 24.351 mortes).
Ainda segundo o ministério, o Brasil possui 6.198.185 pessoas recuperadas da Covid-19 e 779.143 pacientes em acompanhamento.
Cidade do México suspende atividades não-essenciais devido a disparada do coronavírus
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Cidade do México e o vizinho Estado do México estão suspendendo as atividades não-essenciais devido a uma disparada de infecções e mortes de coronavírus que está saturando os hospitais rapidamente, disse o vice-ministro da Saúde mexicano, Hugo López-Gatell, nesta sexta-feira.
A suspensão entra em vigor no sábado e dura até 10 de janeiro, anunciou López-Gatell em uma coletiva de imprensa.
"O ímpeto da epidemia nesta região exige medidas adicionais, e chegamos à conclusão de que medidas extraordinárias são necessárias", disse López-Gatell, flanqueado pela prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, e pelo governador do Estado do México, Alfredo del Mazo.
O vice-ministro disse que a suspensão temporária visa limitar aglomerações e viagens, o que ajudará a diminuir o contágio.
As novas medidas chegam depois de Sheinbaum declarar uma "emergência de Covid-19" na capital do país na semana passada.
Apesar dos alertas, a Cidade do México e o adjacente Estado do México, que abrigam mais de 20 milhões de habitantes, testemunham um frenesi de compras de final de ano – as pessoas estão enchendo os bairros comerciais, comprando presentes de Natal de vendedores de rua e fazendo filas longas para entrar nas lojas.
O México já relatou 1,29 milhão de casos confirmados de coronavírus e 116.487 mortes até a quinta-feira, mas se acredita que os números reais de casos e óbitos são muito maiores.
África do Sul identifica nova variante do coronavírus responsável por disparada de casos
JOHANESBURGO (Reuters) - A África do Sul identificou uma nova variante do coronavírus que está impulsionando uma segunda onda de infecções no país, disse o ministro da Saúde nesta sexta-feira, dias depois de o Reino Unido dizer que também descobriu uma nova cepa do vírus causando um aumento de casos.
"Convocamos esta entrevista pública hoje para anunciar que uma variante do vírus Sars-CoV-2 --atualmente denominada de variante 501.V2-- foi identificada por nossos cientistas de genômica aqui na África do Sul", tuitou o ministro da Saúde, Zweli Mkhize.
"Os indícios que foram compilados, portanto, sugerem fortemente que a atual segunda onda que estamos vivendo está sendo impulsionada por esta nova variante", acrescentou.
A África do Sul tem o maior número de infecções de coronavírus do continente, aproximando-se da marca de 900 mil, e soma 20 mil mortes relacionadas ao vírus. Um ressurgimento de casos levou o governo a endurecer as restrições sociais nesta semana.
Também nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que está em contato com os pesquisadores sul-africanos que identificaram a nova cepa.
A entidade global disse não haver indícios de que houve mudanças na maneira como a nova linhagem do vírus está se comportando.
"Estamos trabalhando com eles em nosso grupo de trabalho sobre a evolução do vírus Sars-CoV-2. Eles estão cultivando o vírus no país e estão trabalhando com pesquisadores para determinar quaisquer mudanças no comportamento do próprio vírus em termos de transmissão", disse a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove, em uma coletiva de imprensa em Genebra.