Autoridades dos EUA minimizam pânico do mercado por coronavírus e destacam força da economia
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do governo Trump tentaram neste domingo acalmar o pânico do mercado de que o coronavírus poderia causar uma recessão global, dizendo que houve exagero na reação pública e que as bolsas de valores se recuperariam devido à força subjacente da economia dos EUA.
O índice S&P 500 tombou 11,5% na semana passada, à medida que o novo vírus semelhante à gripe acelerava para além das fronteiras da China, a pior queda semanal desde a crise financeira global de 2008.
"O mercado de ações, que sofreu algumas quedas esta semana, voltará", disse o vice-presidente Mike Pence, que lidera a resposta do governo ao vírus, ao "Meet the Press" da NBC.
"Os fundamentos dessa economia são fortes. Acabamos de ver alguns novos números surgirem confiança no mercado imobiliário e entre consumidores e otimismo empresarial. O desemprego está em um nível mínimo de 50 anos. Mais norte-americanos estão trabalhando do que nunca", disse ele.
O vírus de rápida disseminação infectou cerca de 83 mil pessoas em mais de 50 países, com cerca de 70 casos diagnosticados nos Estados Unidos. Um homem do Estado de Washington nos seus 50 anos foi o primeiro norte-americano a morrer pelo vírus, disseram autoridades no sábado. Ainda não se sabe como ele contraiu a doença.
Rejeitando críticas de democratas de que o governo havia hesitado em sua resposta ao surto, Pence disse que o governo estava fazendo "todo o possível" para impedir a propagação do vírus e que estava "confiante" de que os Estados Unidos estão preparados.
O secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, disse à Fox News neste domingo que as pessoas estavma reagindo exageradamente à ameaça atual.
Ele acrescentou que durante uma reunião da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca no sábado, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, discutiu a reação negativa do mercado de ações, dizendo que grande parte disso foi motivada pela incerteza.
EUA vão acelerar produção de máscaras e examinar viajantes após 1ª morte por coronavírus no país
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos começarão a examinar viajantes em busca de coronavírus e aumentarão a produção de máscaras e kits de teste, enquanto o governo luta para tranquilizar os norte-americanos à medida que a doença se espalha, na semana seguinte a fortes quedas nas bolsas de valores globais.
No sábado, autoridades informaram a primeira morte de um norte-americano por coronavírus: um homem de 50 no Estado de Washington. Eles ainda não sabem como ele contraiu a doença. O Estado tem outros dois casos "supostos" em uma instituição de cuidados na qual mais de 50 residentes e funcionários podem apresentar sintomas.
Novos casos foram relatados na área de Chicago e de Rhode Island.
O governo Trump está se esforçando para responder ao vírus -- de rápida disseminação e que se originou na China -- por meio de restrições de viagens e mensagens generalizadas sobre procedimentos de segurança, enquanto trabalha para evitar o pânico. Cerca de 70 casos foram relatados nos Estados Unidos.
Os mercados acionários caíram na semana passada, com um índice de ações globais sofrendo sua maior queda semanal desde a crise financeira de 2008, e mais de 5 trilhões de dólares apagados dos mercados de ações no mundo inteiro.
Neste domingo, o presidente Donald Trump disse que os viajantes de países com alto risco de coronavírus seriam rastreados antes do embarque e da chegada, sem especificar quais países.
O vice-presidente Mike Pence disse que o governo contratou a 3M Co para produzir 35 milhões de máscaras respiratórias extras por mês. Ele pediu aos norte-americanos que não comprassem as máscaras, que, segundo ele, eram necessárias apenas pelos profissionais de saúde. A Honeywell International Inc. é a outra grande produtora de máscaras dos EUA.
Ele também disse à Fox News que os ensaios clínicos de uma vacina contra o coronavírus começariam em seis semanas, mas que a vacina provavelmente não estará disponível nesta temporada.
Casos de coronavírus no Reino Unido saltam e premiê espera mais
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido informou um salto nos casos de coronavírus neste domingo, com 12 novas infecções elevando o total para 35, e o primeiro-ministro, Boris Johnson, disse esperar que o número aumente ainda mais.
Johnson presidirá uma reunião do comitê de resposta a emergências do governo na segunda-feira, sinalizando um avanço nas tentativas de combater o vírus --iniciado na China e que as autoridades estimam que tenha matado quase 3 mil pessoas em todo o mundo.
"Descobrimos que cerca de 35 pessoas neste país têm, ou já tiveram, a doença e, claramente, pode haver mais. É provável que agora se espalhe um pouco mais", disse Johnson durante visita a uma unidade de saúde pública em Londres.
"Estou muito confiante de que este país tem capacidade para lidar com isso."
O governo anunciou alguns detalhes de seu "plano de batalha" para lidar com o vírus, e se espera que resolva o restante ainda esta semana. Johnson disse que o fechamento de eventos públicos e escolas pode ser considerado.