EUA começam primeiro teste clínico com medicamento experimental contra coronavírus da Gilead
(Reuters) - Autoridades de saúde dos EUA disseram nesta terça-feira que começou o primeiro experimento clínico para testar o medicamento antiviral experimental da Gilead Sciences, o remdesivir, em pacientes hospitalizados com o coronavírus.
O primeiro participante do experimento é um norte-americano que foi repatriado após ter sido colocado em quarentena no navio de cruzeiro Diamond Princess e o estudo está sendo conduzido no Centro Médico da Universidade de Nebraska em Omaha, de acordo com o National Institutes of Health (NIH), agência do governo dos EUA para pesquisa médica.
Remédio antiviral Remdesivir ganha três patentes na China
Beijing, 26 fev (Xinhua) -- A China concedeu três patentes para o remédio antiviral Remdesivir, que está sob testes clínicos para tratar a doença de novo coronavírus (COVID-19), de acordo com comunicado publicado pela Xinhua nesta terça-feira.
A empresa farmacêutica americana Gilead Sciences solicitou oito patentes para o remédio, três das quais foram aprovadas e as outras cinco estão sendo revisadas, disse He Zhimin, vice-diretor da Administração Nacional de Propriedade Intelectual em uma coletiva de imprensa.
As oito patentes cobrem as estruturas essenciais e similares dos compostos, métodos de fabricação e aplicações, disse He.
O ensaio clínico do medicamento está atualmente em progresso e os resultados devem ser publicados em 27 de abril, acrescentou He.
EUA se prepara para o coronavírus enquanto casos crescem em Itália e Irã
DUBAI/PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos pediram aos norte-americanos nesta terça-feira que se preparem para a disseminação do coronavírus no país, à medida que os surtos em Irã, Coreia do Sul e Itália aumentam e crescem os temores de que a epidemia prejudique o crescimento global.
O número de mortos por coronavírus no Irã subiu para 16 nesta terça-feira, o local mais atingido fora da China, enquanto a Itália registrou sua 11ª morte.
O vírus saltou para cerca de 30 países e territórios, com cerca de três dezenas de mortes fora da China, de acordo com cálculos da Reuters.
O agravamento das infecções em Irã, Itália e Coreia do Sul é motivo de especial preocupação, disseram autoridades mundiais de saúde. A Coreia do Sul e a Itália adotaram medidas de emergência para ajudar a conter a disseminação global do vírus.
A doença, que pode ter se originado da vida selvagem na cidade de Wuhan, no fim do ano passado, é semelhante à gripe já infectou 80.000 pessoas e matou perto de 2.700 na China. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o surto está em declínio desde 2 de fevereiro.
Nancy Messonnier, representante dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse a repórteres que os dados sobre a disseminação do vírus na semana passada aumentaram as expectativas de transmissão da agência nos Estados Unidos.
"A interrupção da vida cotidiana pode ser grave", alertou.
Embora afirmando que o risco imediato do coronavírus nos Estados Unidos permaneça baixo, outra importante autoridade do CDC, Anne Schuchat, disse que não se trata mais de se o vírus se tornaria uma pandemia global. "É uma questão de quando e quantas pessoas serão infectadas".
O Dow e o S&P 500 caíram 3% nesta terça-feira em seu quarto dia consecutivo de perdas, enquanto os investidores lutavam para avaliar o impacto econômico do vírus.
O surto do Irã, em meio à crescente pressão das sanções dos EUA, ameaça deixá-lo mais isolado. Vários países suspenderam voos e alguns de seus vizinhos fecharam suas fronteiras, enquanto o porto de Khasab, em Omã, interrompeu as importações e exportações com o Irã.
"É um visitante não convidado e nada auspicioso. Se Deus quiser, vamos superar... esse vírus", disse o presidente iraniano Hassan Rouhani em um discurso televisionado.
O vice-ministro da Saúde do Irã e um membro do parlamento estavam entre os infectados.
Afeganistão, Iraque, Kuwait, Bahrain e Omã nesta semana relataram seus primeiros casos, todos em pessoas que estiveram no Irã. O Bahrein disse que agora tem 24 casos confirmados.
O Irã cancelou shows e partidas de futebol em todo o país, e escolas e universidades fecharam em muitas províncias. Muitos iranianos foram às mídias sociais para acusar autoridades de ocultar fatos.
Teerã diz que as sanções dos EUA estão dificultando sua resposta ao coronavírus, impedindo a importação de máscaras e medicamentos.
Um dos principais especialistas da OMS instou os países a intensificar os preparativos.
"Acho que o vírus vai aparecer amanhã", disse Bruce Aylward, chefe da missão conjunta da OMS com a China no surto, a repórteres em seu retorno a Genebra. "Se você não pensa assim, não estará pronto."
O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, pediu nesta terça-feira a um subcomitê do Senado que aprove 2,5 bilhões de dólares em financiamento para expandir os sistemas de vigilância do vírus, ajudar no desenvolvimento de vacinas e aumentar o estoque de equipamentos de proteção.
Na Coreia do Sul, que tem o maior número de casos de coronavírus fora da China, com 977 infecções e 10 mortes, as autoridades estavam testando todos os estimados 215.000 membros da Igreja de Jesus Shincheonji.
Acredita-se que o surto do país tenha começado na cidade de Daegu com uma mulher de 61 anos que é membro de sua congregação.
Na Europa, a Itália é a que tem o maior número de registros, com mais de 280 casos, pois o surto está se espalhando desde suas origens nas regiões do norte da Lombardia e Veneto.
Coronavírus está contido nos EUA até o momento, diz assessor da Casa Branca
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades de saúde pública dos Estados Unidos estão se preparando para qualquer eventualidade em relação ao impacto do coronavírus no país, disse nesta terça-feira o principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, acrescentando que o vírus até agora está contido no país.
"Isso está muito contido nos EUA", disse Kudlow à CNBC em entrevista, acrescentando que qualquer planejamento de emergência não significa que um surto do vírus aconteça nos EUA.
Wall Street amplia perdas com disseminação de coronavírus sob holofote
NOVA YORK (Reuters) - Wall Street ampliava as perdas nesta terça-feira, com os três principais índices acionários norte-americanos recuando cerca de 1%, após autoridades afirmarem que o coronavírus era "uma epidemia em rápida escalada", um dia após o S&P 500 e o Dow Jones registrarem suas maiores quedas diárias em dois anos por preocupações com o vírus.
Por volta de 13:40 (horário de Brasília), o Dow Jones Industrial Average caía 1,02%, a 27.675 pontos, o S&P 500 declinava 1%, a 3.193 pontos, e o Nasdaq Composite recuava 0,96%, a 9.132 pontos.
As ações dos EUA chegaram a começar a sessão em território positivo, mas esses ganhos foram revertidos com investidores, focados no potencial impacto econômico do surto, uma vez que ele se espalhou para novos países, incluindo a Espanha.
Também nesta terça-feira, o número de mortos pelo vírus no Irã subiu para 16, o mais alto fora da China, enquanto dezenas de países, desde a Coreia do Sul à Itália, aceleraram as medidas de emergência.
As bolsas nos EUA estavam no caminho do quarto dia de perdas, com o medo de uma pandemia provocar queda de mais de 3% na segunda-feira, após um surto de infecções em vários países.
No fechamento de segunda-feira, o S&P 500 e o Dow Jones Industrials haviam zerado seus ganhos no acumulado do ano.
"Muitas pessoas que foram despertadas pela volatilidade do mercado de ações começarão a ficar em pânico", disse Tom Plumb, presidente da Plumb Funds em Madison, Wisconsin.
Na semana passada, ganhos corporativos positivos no quarto trimestre e esperanças de danos limitados pelo surto de vírus levaram Wall Street a atingir recordes.
Enquanto alguns investidores estavam apostando que o apoio de bancos centrais como o Federal Reserve dos EUA contraria qualquer fraqueza resultante do vírus, essa confiança estava começando a diminuir devido a preocupações com a interrupção da cadeia de suprimentos.
"Os mercados também estão adotando a ideia de que, quando há um problema no lado da oferta, os bancos centrais não estão equipados para lidar com esse tipo de evento", disse Seema Shah, estrategista-chefe de investimentos da Principal Global Investors em Londres.
A ação da Macy's cedia mais de 4%, apesar de relatar uma queda menor do que o esperado nas vendas trimestrais de mesmas lojas.
As ações da Mastercard recuavam também mais de 4% depois de anunciar que o CEO Ajay Banga sairá no início do próximo ano e será substituído pelo chefe de produtos Michael Miebach.
A HP avançava maia de 7%, dando o maior impulso ao S&P, depois de dizer que intensificaria os esforços para reduzir custos e recomprar ações, enquanto procurava apoio do investidor para se defender de uma oferta de aquisição de 35 bilhões de dólares da Xerox Holdings Corp.
As ações da Home Depot tinham acréscimo de mais de 1% depois que a cadeia de melhorias domésticas superou as estimativas trimestrais de vendas e lucros.
Governo Trump avalia recursos de emergência para combater o coronavírus
WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump está considerando pedir aos parlamentares um financiamento emergencial para acelerar sua resposta ao coronavírus, que está se espalhando rapidamente, disseram nesta segunda-feira um porta-voz da Casa Branca e uma fonte do governo, embora não tenham afirmado quanto seria necessário.
"Precisamos de algum financiamento aqui para garantir que vamos... proteger todos os americanos, para que nos mantenhamos seguros", disse o porta-voz da Casa Branca Hogan Gidley no Fox News Channel.
Questionado sobre quanto o governo pode pedir ao Congresso para aprovar, Gidley disse posteriormente a repórteres na Casa Branca que ainda não havia nenhum anúncio sobre o valor.
O Washington Post e o Politico, citando fontes familiarizadas com o planejamento, relataram que o governo pode solicitar financiamento de 1 bilhão de dólares ao Congresso dos EUA. Um funcionário do governo disse à Reuters que o valor ainda estava sendo finalizado, e o pedido pode ser encaminhado aos parlamentares nesta semana.
O funcionário afirmou que o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, estava buscando uma quantia que alguns membros do governo consideraram desproporcional, dado o número limitado de casos nos EUA e outros recursos que ainda não foram usados.
O surto se espalhou do centro da China para Coreia do Sul, Irã e Itália, abalando os mercados globais.