Governo Bolsonaro promete resgatar brasileiros de Wuhan, na China

Publicado em 02/02/2020 19:05

Brasília e São Paulo - O governo Jair Bolsonaro decidiu enviar um avião para repatriar os brasileiros que se encontram na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, epicentro do surto do novo coronavírus. A informação foi divulgada na tarde deste domingo, 2, em nota oficial do Ministério de Relações Exteriores e do Ministério da Defesa. A doença já causou 305 mortes e mais de 14 mil casos pelo mundo. Outros países, como Estados Unidos e Austrália, resgataram seus cidadãos.

A nota oficial informa que os brasileiros que vierem de Wuhan serão submetidos à quarentena assim que chegarem ao País, conforme procedimentos internacionais, sob orientação do Ministério da Saúde. A reportagem apurou que eles ficarão isolados em uma base militar, em local que ainda está sendo mantido em sigilo.

O plano de voo da aeronave, possivelmente fretada, será elaborado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pago pelo governo brasileiro, e os detalhes serão informados posteriormente. A Embaixada do Brasil em Pequim entrará em contato com os interessados para organizar os procedimentos cabíveis. Segundo a nota, duas brasileiras que se encontravam em Wuhan e que também possuíam nacionalidade portuguesa já embarcaram em um voo que transportou cidadãos da União Europeia. Elas cumprirão quarentena em Portugal.

"Independentemente de qualquer coisa, é um alívio. A angústia estava forte. E no meu caso, além da angústia, a decepção de ser brasileiro", disse Rubens Santos, de 59 anos, pai da estudante da Economia Indira Santos, de 34 anos, que mora há um ano em Wuhan para um doutorado. É a segunda vez que ela mora no país asiático para estudar. "Precisamos, como população, nos manifestar pela repatriação dos nossos, diferentemente de outros países, que já trouxeram os seus."

Um grupo de brasileiros gravou um vídeo, publicado neste domingo, 2, na plataforma Youtube, pedindo ajuda ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. "Escrevemos-lhes esta carta para solicitar o auxílio do governo brasileiro no retorno ao nosso país", fala um deles na carta.

Entre homens, mulheres, adultos e crianças, cerca de 15 brasileiros aparecem no vídeo lendo trechos de uma espécie de carta aberta, na qual eles lembram as operações de evacuação já feitas por outros países. Wuhan, com 11 milhões de habitantes, foi a primeira cidade isolada pelas autoridades chinesas. Autoridades locais estimam, no entanto, que cerca de 5 milhões de moradores deixaram o município antes da quarentena. No total, mais de 50 milhões de chineses estão isolados por causa do surto.

Itamaraty vai repatriar brasileiros que estão na China, diz Agencia Brasil

Por meio de nota conjunta emitida neste domingo(2), o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa anunciaram que o governo brasileiro adota todas as medidas necessárias para trazer de volta ao Brasil os cidadãos brasileiros que se encontram na província de Hubei, especificamente na cidade de Wuhan, na China, região de origem da epidemia do coronavírus. Serão trazidos todos os brasileiros que se encontram naquela região e que manifestarem desejo de retornar ao Brasil.

A nota também foi publicada pelo Twitter do Ministério das Relações Exteriores.

 

Assim que chegarem ao Brasil, eles deverão ser submetidos a quarentena, de acordo com procedimentos internacionais, sob a orientação do Ministério da Saúde.

O Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira, trabalha na elaboração do plano de voo da aeronave, possivelmente fretada, que será enviada à China. 

Duas brasileiras, que se encontravam em Wuhan e também possuíam nacionalidade portuguesa, já embarcaram em voo francês que transportou cidadãos da União Europeia. Elas farão quarentena em Portugal.

Neste domingo, um grupo de brasileiros que estão na China publicou uma carta aberta, no youtube, pedindo ajuda ao governo brasileiro para retornar ao Brasil. No vídeo, o grupo afirma que está disposto a passar por quarentena após chegar ao Brasil. 

Histórico do Coronavírus

Os coronavírus são conhecidos desde meados dos anos 1960 e já estiveram associados a outros episódios de alerta internacional nos últimos anos. Em 2002, uma variante gerou um surto de síndrome respiratória aguda grave (Sars) que também teve início na China e atingiu mais de 8 mil pessoas. Em 2012, um novo coronavírus causou uma síndrome respiratória no Oriente Médio que foi chamada de Mers.

A atual transmissão foi identificada em 7 de janeiro. O escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) na China buscava respostas para casos de uma pneumonia de etiologia até então desconhecida que afetava moradores na cidade de Wuhan. No dia 11 de janeiro foi apontado um mercado de frutos do mar como o local de origem da transmissão. O espaço foi fechado pelo governo chinês.

Confira os principais sintomas e os cuidados para evitar o coronavírus. - Agência Brasil

OMS registra 2,6 mil casos de coronavírus em 24h; não há novos países na lista

São Paulo - A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, nas últimas 24 horas, foram registrados 2,604 novos casos de coronavírus, mas todos em países que já haviam confirmado pacientes com a doença. Assim, nenhum país novo foi adicionado à lista de locais com casos confirmados no período.

Entre os novos casos confirmados nas últimas 24 horas, 2.590 foram identificados na China. Entre eles, 315 são considerados severos. Outros 14 infectados foram reportados em outros países.

Em atualização sobre o surto publicada hoje, a entidade aponta que, até agora, foram confirmados 14.557 infectados em todo o mundo - 14.411 deles na China.

O número de mortes por coronavírus se mantém em 304, informou a OMS, com o primeiro óbito fora da China confirmado hoje, nas Filipinas.

China reforça tratamento de águas residuais em centros de saúde e zonas urbanas

Beijing, 2 fev (Xinhua) -- O Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China exigiu que as autoridades locais intensifiquem a supervisão sobre o tratamento de águas residuais em centros médicos e zonas urbanas, com o fim de evitar a propagação do novo coronavírus.

Segundo uma diretriz publicada pela pasta, as instituições médicas designadas, as zonas de quarentena e os centros de pesquisa pertinentes que recebem pacientes confirmados ou suspeitos da pneumonia causada pelo novo coronavírus devem recolher e tratar separadamente as águas residuais e os refugos médicos para garantir que cumpram com os padrões de descarga.

O ministério pediu aos hospitais que não contam com instalações de tratamento de águas residuais médicas que construam tanques temporários para processar os descartes com medidas de desinfecção.

O documento também proíbe a descarga de águas residuais médicas sem desinfecção adequada para evitar a contaminação.

 
 
Fonte: Estadão Conteúdo/AgBrasil/Xinhua

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preço do diesel se mantém estável em setembro e encerra o mês a R$ 6,10
Autoridade do Banco do Japão pede movimento lento e cauteloso no aumento dos juros
Brasil condena ataques do Irã contra Israel
Campos Neto cita taxa neutra de 4,75% do Brasil, maior que em outros países
Dólar à vista cai após Moody's elevar nota do Brasil
Ibovespa fecha em alta com ajuda de Moody's e commodities