Dólar passa a subir ante real com ajustes e ata do Copom

Publicado em 17/12/2019 11:13

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - Depois de despencar mais de 1% na sessão anterior, marcada por amplo apetite por risco no mundo, o dólar sofria ajuste e passava a subir contra o real, com os investidores também atentos à ata do Copom divulgada nesta terça-feira.

Às 10:58, o dólar avançava 0,29%, a 4,0729 reais na venda.

O dólar futuro de maior liquidez subia 0,31% neste pregão, a 4,0765 reais.

Segundo Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, o pior desempenho do real nesta sessão é apenas um ajuste após a valorização acentuada do dia anterior. "É natural que o movimento dê alguma acomodada", disse. "É normal ter uma queda expressiva, como a que vimos ontem, acompanhada por alguma correção."

Outras divisas que sofrem em momentos de maior incerteza também corrigiam para baixo nesta sessão, como dólar australiano, lira turca, dólar neozelandês e dólar canadense.

Na segunda-feira, o dólar fechou em baixa de 1,15%, a 4,0613 reais na venda, no menor patamar para um encerramento desde 5 de novembro, com o apetite por risco impulsionado pelo arrefecimento das tensões comerciais globais na semana passada e por dados melhores da China. Um índice de moedas emergentes bateu o maior patamar desde julho.

Depois de mais de um ano de conflitos, os Estados Unidos e a China amenizaram sua guerra comercial na sexta-feira, anunciando a "fase um" de um acordo que reduz algumas tarifas dos EUA em troca do aumento das compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.

No entanto, disse Machado, "agora carecemos de detalhes sobre a data e o local de assinatura e detalhes sobre o próprio acordo. O mercado gostaria de ter isso carimbado, e, enquanto isso não acontecer, o real pode perder um pouco de fôlego".

A possibilidade de novos cortes de juros no Brasil também amparava o ajuste de alta do dólar ante o real nesta sessão. Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária --ocorrida na semana passada, quando houve corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para nova mínima histórica de 4,50%.

"Avaliamos que o Copom efetuará um corte adicional na próxima reunião se o cenário base de dissipação do choque e de retomada gradual da economia se confirmarem no início do próximo ano", disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em nota a clientes.

Juros mais baixos reduzem a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos estrangeiros o que pode implicar menos fluxo cambial e, assim, menor oferta de dólares.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

BC eleva Selic em 0,50 ponto, a 11,25%, e defende que governo adote medidas fiscais estruturais
Índices de ações batem recordes com retorno de Trump à Presidência
Ibovespa tem queda modesta após eleição de Trump; Gerdau dispara
Após pressão trazida por Trump, dólar cai abaixo de R$5,70 no Brasil com fiscal no foco
Expectativa por medidas fiscais faz taxas longas de juros caírem após picos com vitória de Trump
Brasil espera relação civilizada com EUA sob Trump, diz Amorim