Governo argentino envia ao Congresso nesta 3ª projeto para lidar com "emergência econômica"
BUENOS AIRES (Reuters) - O governo da Argentina enviará nesta terça-feira ao Congresso do país um projeto de lei para elevar impostos, com os quais a gestão do presidente Alberto Fernández prevê financiar um maior gasto social, disse nesta segunda-feira uma fonte oficial à Reuters.
Em meio a uma severa crise econômica, Fernández busca reativar a economia melhorando o poder de compra da população, para fazer crescer o mercado doméstico.
O conteúdo da proposta ainda não foi divulgado, mas fontes adiantaram que ela prevê a elevação da taxa sobre as propriedades e a adoção de um imposto sobre as compras no exterior, entre outras medidas.
No fim de semana o governo elevou os impostos pagos pelas exportações agrícolas --as maiores fontes de divisa para o país-- em busca de mais recursos para combater a crise.
Fernández, que tomou posse na semana passada, deverá lidar com uma inflação anual de cerca de 55%, uma pobreza de 40% e uma prolongada recessão.
Além disso, sua equipe econômica já está negociando com o Fundo Monetário Internacional (FMI) novos termos de pagamento para uma dívida que, atualmente, a Argentina considera impagável.
Incluindo os credores privados, a dívida a ser renegociada pode alcançar os 100 bilhões de dólares.
Cuba se diz preparada se EUA cortar relações diplomáticas
HAVANA (Reuters) - O governo comunista de Cuba está preparado caso o governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, corte relações diplomáticas com a ilha, embora espere que isso não aconteça, afirmou um importante diplomata cubano nesta segunda-feira.
As relações foram restabelecidas cinco anos atrás, no governo do ex-presidente Barack Obama, após meio século de hostilidades. Washington aliviou as restrições comerciais e de viagem, Obama visitou Havana, e os antigos inimigos na época da Guerra Fria pareciam estar a caminho de normalizar as relações.
Mas no governo do republicano Trump tudo mudou. Atacando o socialismo na América Latina, seu governo não apenas reforçou as restrições --como a proibição dos cruzeiros norte-americanos novamente--, mas também impôs sanções às quais os EUA nunca haviam recorrido anteriormente.
O governo Trump permitiu, por exemplo, que cidadãos norte-americanos processem empresas estrangeiras que, de acordo com os Estados Unidos, estejam operando em propriedades cubanas nacionalizadas após a revolução de 1959, prejudicando o apetite dos investidores. Também foram impostas sanções às cargas de petróleo venezuelano para a ilha no Caribe.
"Há pessoas poderosas no governo dos Estados Unidos que querem aplicar medidas cada vez mais hostis e cortar nossas relações bilaterais", disse o diretor-geral para assuntos dos Estados Unidos para o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernandes Cossio, a jornalistas nos bastidores de uma conferência anual entre acadêmicos de Estados Unidos e Cuba em Havana.
"Se isso vier a acontecer, estamos prontos para enfrentar a realidade, mas isso não é o que o povo de Cuba quer e não é o que o governo cubano está buscando."