Após máximas, Ibovespa fecha em baixa pressionado por bancos e Petrobras
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, com o declínio de bancos e da Petrobras ofuscando a sessão positiva no exterior, que ajudou o pregão paulista a renovar máximas históricas e superar os 113 mil pontos pela primeira vez.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,59%, a 111.896,04 pontos. Na máxima, alcançou 113.196,83 pontos, recorde intradia.
O volume financeiro somou 31,7 bilhões de reais, inflado pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, que movimentou 12,13 bilhões de reais.
No mês, o Ibovespa ainda acumula alta de 3,3% e no ano, de 27,3%, o que também abre espaço para realização de lucros.
O clima externo benigno que amparou a bolsa paulista em boa parte da sessão refletiu a suavização recente do embate comercial entre Estados Unidos e China, após acordo parcial entre os dois países na última semana, além de números mais positivos sobre a economia chinesa relativos a novembro.
Em Nova York, o norte-americano S&P 500 fechou em alta de 0,71%.
Na visão do gestor Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, o mercado no Brasil continua se ajustando a um cenário de maior crescimento do país, que abre espaço para a bolsa dado o cenário de juros em mínimas históricas. "Investimentos como os DIs deixam de ser atrativos", pontuou.
O começo da semana também trouxe a segunda prévia para o Ibovespa que irá vigorar nos primeiros quatro meses de 2020, com a entrada das ações da Cia Hering, além da presença de Hapvida, Carrefour Brasil e Sul América, já adicionadas na primeira prévia.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,3%, tendo de pano de planos novos ruídos envolvendo a CPMF, além de planos do Banco Central de regular a modalidade de arranjo de pagamento de saque e aporte em caixas eletrônicos para que bancos digitais e competidores de menor porte possam oferecer esse serviço a um custo menor. BRADESCO PN cedeu 1,75%.
- PETROBRAS PN fechou em baixa de 1,9%, apesar do viés positivo dos preços do petróleo, dando continuidade às perdas do último pregão, com potencial venda de ações da petrolífera de controle estatal pelo braço de investimentos do BNDES, que comunicou intenção de alienar sua fatia na empresa.
- VIA VAREJO ON avançou 3,5%, também ampliando as altas no ano que já superam 150%, em véspera de encontro da empresa com analistas e investidores e expectativas positivas para a empresa com a mudança do controle em meados do ano.
- NATURA ON fechou em alta de 3,5%, terceiro pregão seguido de ganhos, tendo de pano de fundo perspectivas favoráveis para o consumo com sinais de retomada da economia. Na semana passada, o Bradesco BBI elevou o papel para 'neutral'.
- CIELO ON caiu 5,1%, após decisão da rival Rede, do Itaú, de estender a todos clientes com faturamento de até 30 milhões de reais por ano opção de receber o valor das suas vendas com cartão de crédito à vista em 2 dias úteis, sem taxa de antecipação, independentemente do banco, após decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de alguns dias atrás.
- VALE ON terminou com recuo de 0,78%, perdendo fôlego durante a sessão, com o setor de mineração e siderurgia como mostrando piora - CSN ON caiu 1,2%, GERDAU PN recuou 2,1% e USIMINAS PNA cedeu 1,41%.